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Há Questões por Esclarecer

A CGTP-IN considera que o actual ensino secundário deveria ser revisto. Entre outros aspectos, não é aceitável que ele seja visto quase exclusivamente como uma preparação para a universidade. Quanto à proposta do governo há a tecer as seguintes considerações:

  1. Parece-nos positivo que o ensino secundário seja autonomizado, dotando-o de um ciclo de estudos com objectivos próprios e da existência de duas vias com um tronco comum. O país está carente de quadros médios qualificados e a existência de cursos tecnológicos pode vir a contribuir para ultrapassar este vazio.

  2. Já consideramos inaceitável esta revisão, se ela vier a criar discriminações entre os alunos no acesso ao ensino superior. O projecto não é bem visível sobre esta matéria. O sistema não deve ser objecto de desigualdades.

  3. Consideramos negativo que se pretenda que esta revisão entre em vigor no próximo ano lectivo. O país já esteve perante várias reformas curriculares que fracassaram porque tiveram um carácter eminentemente administrativo, foram feitas aos bocados e não envolveram a sociedade. Há que partir para esta com convicção e qualidade. Há, pois, que perguntar: Que condições vão ter os alunos e quantos serão por turma? Que qualidade irá ser oferecida com tão elevado número de professores contratados? Que condições laboratoriais irão ser oferecidas? Muitas outras questões poderiam ser levantadas. O ensino é um problema estrutural e para ser dignificado tem de ter credibilidade.

Maria do Carmo Tavares
Comissão Executiva da CGTP


  
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Edição:

N.º 87
Ano 8, Janeiro 2000

Autoria:

Maria do Carmo Tavares
Comissão Executiva da CGTP
Maria do Carmo Tavares
Comissão Executiva da CGTP

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