Há Questões por Esclarecer
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A CGTP-IN considera que o actual ensino secundário deveria ser revisto. Entre outros aspectos, não é aceitável que ele seja visto quase exclusivamente como uma preparação para a universidade. Quanto à proposta do governo há a tecer as seguintes considerações: - Parece-nos positivo que o ensino secundário seja autonomizado, dotando-o de um ciclo de estudos com objectivos próprios e da existência de duas vias com um tronco comum. O país está carente de quadros médios qualificados e a existência de cursos tecnológicos pode vir a contribuir para ultrapassar este vazio.
- Já consideramos inaceitável esta revisão, se ela vier a criar discriminações entre os alunos no acesso ao ensino superior. O projecto não é bem visível sobre esta matéria. O sistema não deve ser objecto de desigualdades.
- Consideramos negativo que se pretenda que esta revisão entre em vigor no próximo ano lectivo. O país já esteve perante várias reformas curriculares que fracassaram porque tiveram um carácter eminentemente administrativo, foram feitas aos bocados e não envolveram a sociedade. Há que partir para esta com convicção e qualidade. Há, pois, que perguntar: Que condições vão ter os alunos e quantos serão por turma? Que qualidade irá ser oferecida com tão elevado número de professores contratados? Que condições laboratoriais irão ser oferecidas? Muitas outras questões poderiam ser levantadas. O ensino é um problema estrutural e para ser dignificado tem de ter credibilidade.
Maria do Carmo Tavares Comissão Executiva da CGTP
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Edição:
Ano 8, Janeiro 2000
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Autoria:
Comissão Executiva da CGTP
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