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Resposta Insuficiente

O ensino secundário deve ser objecto de medidas que o transformem, dando-lhe visibilidade e uma identidade que proporcionem uma clara diversidade de respostas de formação de alta qualidade, quer tendo como horizonte o ensino superior, quer na perspectiva de preparação para a entrada no exigente mundo do trabalho.
O ensino secundário apresenta-se hoje como um elenco de formações em que a perspectiva de preparação para a frequência do ensino superior não só se tornou dominante como praticamente esgotou as vias de preparação para a vida activa, as quais, para mais, se conceberam sob a influência de uma cultura predominantemente académica, a qual não tem dado espaço a projectos de articulação com o mundo empresarial e, nomeadamente, de partenariado.
O ensino secundário é hoje constituído por um conjunto de disciplinas cujos programas são excessivamente extensos e de pendor claramente académico, e em que os exames nacionais, porque baseados nesses programas, obrigam ao seu integral cumprimento.
A proposta que o Ministério da Educação acaba de apresentar para a revisão curricular do ensino secundário não constitui uma resposta suficiente para as questões que suscitamos, deixando em aberto questões como a da definição das condições de acesso ao ensino superior. Constitui até um claro recuo em relação à exigência social de que diversas vias possam garantir acessos aos mesmos objectivos, ao diferenciar de uma forma inaceitável os percursos da via de prosseguimento de estudos da via tecnológica, sem criar as necessárias permeabilidades que permitissem a inflexão de percursos formativos.

João Dias da Silva
Presidente do Sindicato dos Professores da Zona Norte (UGT)


  
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Edição:

N.º 87
Ano 8, Janeiro 2000

Autoria:

João Dias da Silva
Professor. Presidente do SPZN.
João Dias da Silva
Professor. Presidente do SPZN.

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