Será a Informática apenas mais um modismo em Educação, uma febre que logo passa? Dependendo de sua utilização, a resposta é positiva.
Há, na verdade, muitas dúvidas quanto à real importância e/ou necessidade da utilização produtiva e eficaz da Informática na Educação. Há dúvidas também quanto aos inúmeros recursos oferecidos e os que devam realmente ser utilizados.
Vamos por partes. O computador, os CD ROM's e a Internet podem enriquecer e dinamizar nossas aulas, além de despertar no aluno um interesse muito maior, em aprender. Entretanto, se forem mal utilizados, poderão gerar efeitos contrários.
Para tanto, de nada adianta a Escola adquirir equipamentos, se não oferecer treinamento ao Professor. Isso seria o mesmo que "colocar saia nova no botijão de gás antigo"- conforme a Professora Dra. Rosemary Soffner, em sua Palestra: "Avaliação de Software Educacional" - SENAC/SP.
Utilizar a Informática como um simples Vídeo Game, só para fazer de conta que a Escola é atualizada, moderna, é o mesmo que encobrir uma estrutura antiga e enferrujada de aulas chatas e com exercícios repetitivos que induzem à memorização, que "punem" pelos erros e "premiam" pelos acertos com vaias ou palmas, por exemplo.
Também não é o caso de simplesmente substituir toda a estrutura antiga - apenas revigorá-la, tirar a ferrugem - o que só é possível, no caso da Educação, com treinamentos freqüentes e adequados às necessidades de cada Escola.
Tratando-se de Informática, é necessário que o Professor, no seu dia-a-dia, tenha uma visão das inúmeras utilizações para que possa selecionar, com conhecimento, o material que melhor se aplica à sua realidade. Como qualquer outro produto, nem tudo que o Mercado oferece é bom de fato. Muitos CD ROM's não oferecem nada de educativo.
Se a opção da Escola for por uma Educação real e atualizada, irá providenciar treinamento adequado a todo seu Corpo Docente, antes mesmo da aquisição do equipamento.
Toda despesa com Treinamento será então encarada, pela Escola, como investimento. O aluno, por sua vez, poderá desfrutar muito mais dos benefícios da tecnologia de ponta oferecida pela Instituição, entusiasmando-se com isso.
Se for para fazer mal feito, é melhor que a Informática não seja incorporada à Instituição. Aliás, seguindo o mesmo raciocínio, quero lançar a questão: Quantas Escolas utilizam a TV e o Vídeo adequadamente, para enriquecer, aprofundar e dinamizar suas aulas?
Na maioria das vezes, os Vídeos são utilizados para preencher aulas vagas ou só para que a Escola diga que utiliza a tecnologia - não há objetivos sérios e bem traçados. Isto não ocorre por descaso. Na verdade, a maioria dos Professores não sabe exatamente como, nem por que utilizar o Vídeo como ferramenta de auxílio ao processo de ensino-aprendizagem.
Conclusão: normalmente os alunos não gostam do Vídeo na Escola, como podem não gostar também da Informática. Afinal, é muito entediante passar horas e horas na frente de um Computador, sem saber bem o por quê...
Estamos vivendo uma época em que começamos a procurar saídas para fazer com que o aluno se interesse e goste mais da Escola, inclusive com programações extra-classe, como uma das formas de eliminar ou minimizar a violências e/ou depredações. Com certeza, os recursos tecnológicos, quando bem utilizados, podem ser parte das soluções!
Além disso, a própria Sociedade atravessa momentos de crise - em todos os sentidos. É nosso dever, como Educadores, utilizar todo e qualquer recurso que possa "dar uma injeção de ânimo" nesta nova geração, pois nenhum povo pode sonhar com o desenvolvimento, se a sua Juventude não estiver envolvida com seu próprio aprimoramento. Entusiasmo e competência serão, então, a maior propaganda da Escola.
Colegas, vamos pensar sobre isso?

Giselle Castro Fernandes
giselle@arlais.com.br