Decorreu em Évora, de 28 a 31 de Outubro, o 1º Encontro Ibérico de Prevenção da Sida na Escola, iniciativa da Comissão Nacional de Luta Contra a Sida, do Ministério da Educação, do Ministério da Saúde e do Programa de Promoção e Educação para a Saúde. A finalidade era, essencialmente, dar um passo determinante na prevenção da doença, até porque Portugal e Espanha são dois dos países da Europa Ocidental onde é mais significativa a taxa de incidência do VIH, sobretudo entre toxicodependentes (em Portugal, em Junho de 1998 constituem 45% nos casos notificados) e onde muitas das infecções ocorrem em idade escolar. Foi traçada uma panorâmica da situação nos Estados da EU: População masculina * 41,7% é encontrada nas relações homo/bissexuais; * 38,1% nos utilizadores de drogas injectáveis. População feminina * 38,6% nas relações heterossexuais; * 49,9% nas utilizadoras de drogas injectáveis. Não ficam dúvidas de que, em Portugal, o sexo masculino é muito mais atingido. De facto, existem no nosso país 86% de indivíduos do sexo masculino do total de infectados diagnosticados no período 1983/86. Portugal é também o país da Europa com maior índice de adolescentes grávidas. Constatou-se que o diagnóstico confirma a gravidade do problema, verificando-se, no entanto, que a evolução, a nível de informação e promoção da saúde, conduz a um reforço da esperança A propósito de "Escolas Promotoras de Saúde e Prevenção da Sida", privilegiando sempre a promoção da saúde relativamente à prevenção da doença, foi comentado e avaliado o projecto que tem vindo a ser desenvolvido em determinadas escolas , quer em Portugal, quer em Espanha. Neste projecto estão envolvidos professores-operadores que recebem formação específica e o trabalho no terreno decorre numa metodologia inter-pares. Em Portugal, a RNEPS ( Rede Nacional da Escola Promotora de Saúde), promove o programa EPS que está aberto a qualquer Escola que pretenda implementá-lo. Das diversas comunicações produzidas por especialistas nos campos da educação e da saúde, ressaltou sempre a perspectiva de que a comunidade escolar (em sentido abrangente) é, depois da família em si mesma, a "sociedade" que maior poder de intervenção pode ter, a nível de projecto compartido, em questões de toxicodependência e questões de género onde a educação sexual merece atenção particular. Nos vários painéis e nos curtos debates que se lhes seguiram, ficou clara a ideia de que é reprovável a tendência para um grau académico especializado nesta matéria. Quanto às formas de intervenção, foi sublinhado que devem assentar em quatro linhas fundamentais: Informação, Motivação (expressão de desejos, ...), Desmotivação (desmontagem de medos, de preconceitos, ...), mudança de Atitudes (auto-estima, responsabilidade, ...) Para reflectir: "Se pensas que a educação sexual é perigosa ... tenta a ignorância" Iracema Santos Clara Escola Dr. Augusto Pires de Lima / Porto
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