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Perguntas mais frequentes


P - O Governo diz que sempre esteve aberto às negociações

Mentira! O Ministério da Educação só recebeu o sindicato dos professores após dois anos de pedido de audiência, quando a categoria entrou em greve. Mesmo assim não adiantou nada. E o ministro Paulo Renato somente recebeu os grevistas no 43º dia de paralisação.

P - Os professores são intransigentes e o governo aposta no fim do impasse

Mentira! Os professores estão com os salários congelados há três anos e meio, com perdas de 48,65%. Mas o governo não quer falar sobre reposição das perdas salariais dos professores, apesar de ter aumentado os salários dos militares e dos juízes.

Os professores entraram em greve no dia 31 de Março, porque o governo tentou impor o Programa de Incentivo a Docência, mais conhecido como PID. Este programa 'dava' bolsas a uns poucos professores e deixava a grande maioria sem nada.

Professores e reitores de todas as universidades federais do país rejeitaram o PID. Depois de muita luta, o movimento grevista conseguiu derruba-lo no Congresso Nacional. Agora, o governo tenta acabar com a greve, propondo, de novo, o PID, desta vez disfarçado de Gratificação de Estímulo a Docência (GED).

Como os professores não aceitam a GED e mantém a greve, o MEC radicalizou e não os salários do mês de Maio. E ainda diz que os intransigentes são os professores e que aposta no fim do impasse!!!

P - O governo oferece aumento de salário e os professores não aceitam

Mentira! Em vez de ajustar os salários, com aumento igual para todos, o governo quer dar gratificações apenas para os professores titulados. Estas gratificações não se incorporam aos salários, podendo ser retiradas a qualquer momento. Tanto que não serão pagas quando o professor estiver de férias. O valor das gratificações pode variar como tempo e não será reajustado de acordo com a inflação.

P - A proposta do governo atende a todos os professores

Mentira! A proposta exclui cerca de 27 mil professores sem titulação (39% do total) e 4800 professores de 1º e 2º graus que actuam nas universidades federais. E mais: não atinge os professores em licença (maternidade, médica, prémio, etc...), os afastados para capacitação e os que estão em férias.

P - Os aposentados serão beneficiados pela proposta do governo

Mentira! Cerca de 40% dos aposentados não serão beneficiados porque não possuem o título de mestre e nem de doutor. Mesmo assim, os que possuem titulação vão receber apenas 60% do que os professores da activa vão receber.

P - As gratificações podem representar 56% a mais no salário

Mentira! Apenas 289 professores, de um total de 69.385, podem receber até 56,63% de gratificação. Eles pertencem à classe dos Assistentes 1, em regime de trabalho de 40 horas semanais.

P - Os benefícios são maiores para os professores que ganham menos

Mentira! Os professores de 1º e 2º graus e os professores auxiliares, que tem os piores salários, não recebem as gratificações. Para se ter uma ideia, um professor auxiliar 1, em regime de 20 horas semanais, recebe um salário de R$ 318,00 par ensinar na Universidade. Isto sem os descontos

P - A gratificação se incorpora aos salários para todos os fins

Mentira! O professor não vai receber a gratificação quando estiver de férias ou licença, qualquer que seja o motivo desta. Além disso, a gratificação pode ser retirada a qualquer momento, inclusive quando o professor resolver se aposentar.

Depois de ler tudo isto, pense, reflicta! Quem é intransigente e quem aposta no fim do impasse?


INTRANSIGENTE É O GOVERNO! QUASE 70 MIL PROFESSORES ESTÃO EM GREVE, SEM SALÁRIO, LUTANDO PELA MANUTENÇÃO DA UNIVERSIDADE PÚBLICA GRATUITA E POR SALÁRIOS JUSTOS!



ASSOCIAÇÃO DOS PROFESSORES DA UNIVERSIDADE DA BAHIA - S.SIND


  
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Edição:

N.º 70
Ano 7, Julho 1998

Autoria:

Assoc. dos Professores da Univ. da Bahia-S. Sind

Assoc. dos Professores da Univ. da Bahia-S. Sind

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