Este é momento de provocar ações conjuntas entre Sociólogos, Psicólogos, Pedagogos, Assistentes Sociais, Professores das mais variadas áreas, e as pessoas comuns da população, para promoverem debates, discussões, visando uma ação social efetiva! Prestando atenção aos últimos acontecimentos divulgados pela imprensa paulista, de outros Estados e até de outros Países, sinto-me profundamente envolvida nessa Sociedade da qual faço parte, uma Sociedade que seleciona, que é ostensiva, que elitiza, que julga. Traficantes e gangues tomando conta de Escolas, batendo e até matando Professores, alunos, intimidando toda uma Sociedade. Serão as drogas 'causa' ou 'efeito'? Será por causa das drogas que 'eles' chegam a esse ponto, ou serão as drogas um efeito, uma reação a tanta injustiça social, a tanto sofrimento? De qualquer modo, o que mais importa para a nossa Sociedade é eliminar o problema, é claro. Mas me parece que a Sociedade só pensa em eliminar o problema que fere a todos nós, a agressividade 'deles'. Não se fala, absolutamente, no gravíssimo problema social que está diante de nós, não se fala de identificar o que ocorre com esses jovens que vivem à margem da Sociedade para tentar, ao menos tentar, solucionar seus problemas, pois é lá que está a origem de todo esse caos social! Desse modo, é passada a idéia para as pessoas de que não há solução, de que punimos, prendemos, matamos, porque 'eles' não têm a menor chance de reabilitação. Isso não é verdade! É comprovado que punições constantes só aumentam a revolta. Há muita diferença entre esses jovens 'marginais' e os jovens de classe média-alta que matam, batem, por divertimento, que usam drogas por divertimento, que são os próprios 'rebeldes sem causa' - e têm a impunidadea seu favor! Fique claro que não estou defendendo a ação de marginais. Estou questionando a Sociedade, na qual me incluo, sobre o que de fato estamos fazendo com as futuras gerações. Enquanto falamos de sensibilidade, de criatividade, de avanços tecnológicos, as periferias estão vivenciando uma realidade totalmente diferente. E os professores dessas Escolas? Qual a carga emocional recebida diariamente? O que estamos fazendo para reverter o quadro? Fechando os olhos! Fazendo de conta que esses fatos acontecem somente para uma pequena parcela da população, que o policiamento ostensivo irá resolver... Assim, continuamos nossa vidinha de alienados! É este o momento, nunca é tarde. Este é o momento de provocar ações conjuntas entre Sociólogos, Psicólogos, Pedagogos, Assistentes Sociais, Professores das mais variadas áreas, e outros segmentos da população, para promoverem debates, discussões, visando a uma ação social efetiva. Que resolva, que não 'tape o sol com a peneira'! Não se pode mais ficar de braços cruzados, esperando que todas as atitudes venham do Poder Público. Nós, Educadores modernos, estamos frequentemente falando em Cidadania, respeito, solidariedade... É hora de agirmos, de exercermos essa Cidadania, de termos respeito pelos excluídos, de sermos solidários... Mas isso deve partir de uma profunda sensibilização com a situação atual, um envolvimento e um reconhecimento da nossa responsabilidade como Agentes de Transformação Social. Todos sabemos que grandes transformações sociais começaram pela Educação. Chegou a nossa vez. Outros educadores já o fizeram! Precisamos analisar possibilidades, cada um dentro de sua própria área. Afinal, cada um deve perguntar a si mesmo o que fazer e se quer realmente fazer. Isso é uma decisão bastante pessoal, evidentemente. Giselle Castro Fernandes, correspondente de 'a Página' no Brasil. Psicopedagoga e Professora de Prática de Ensino
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