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«Abrindo Caminhos para uma Educação Transformadora»

À luz de Paulo Freire

Com o conjunto de ensaios reunidos neste volume, as organizadoras, Rosanna Barros e Deise Choti, acreditam poder contribuir, fundamentadamente, para edificar no século XXI uma educação transformadora que, usando criticamente o potencial das novas tecnologias e da interatividade comunicacional que lhe está associada, se oponha aos pragmatismos hoje hegemónicos nas políticas da aprendizagem ao longo da vida, fornecendo possibilidades de inovação na intervenção social e pistas ético-humanistas para um debate público renovado acerca da questão social, e em prol de um questionamento filosófico sobre a manutenção e o alargamento do poder de decidir a nossa vida em sociedade que, como demonstrou Paulo Freire, uma educação crítica e problematizadora propicia.
Os autores dos sete ensaios são: Rosanna Barros (Universidade do Algarve), Afonso Celso Scocuglia (Universidade Federal da Paraíba), Isabel Baptista (Universidade Católica Portuguesa/Porto), José Barrientos Rastrojo (Universidade de Sevilha), Deise Choti Marilda Aparecida Behrens e Patrícia Lupion Torres (Pontifícia Universidade Católica do Paraná).
O livro [Chiado Editora, 2013] é prefaciado por José Caride Gómez (Universidade de Santiago de Compostela) e comentado pelos reitores da Universidade Aberta (Paulo Dias) e da Universidade de Lisboa (António Nóvoa).

Razões para ler «Utopia, Diversidade e Tolerância»

1. É uma obra sobre alguns dos mais importantes temas da existência humana: justiça e paz, governação e poder, família, desigualdade e trabalho, inter alia. É um texto sobre a vida em comum, que, pela densidade, pelo balanço entre a vita activa e a vita contemplativa, pelas intertextualidades, pelas 586 referências bibliográficas que convoca – estão lá (quase) todos, num verdadeiro “crepúsculo dos ídolos”, como diria Nietzsche – e integra de forma magistral, faz lembrar «A Condição Humana», de Hannah Arendt.

2. Juntamente com os também seus «Tomás More e a Utopia» (Edições Afrontamento) e «Utopia, Cidade e Educação» (Instituto Piaget; coautoria de Alberto Filipe Araújo), é uma chave para a leitura e a compreensão de um clássico incontornável: a «Utopia», de Thomas More. Tratando-se de um texto do século XVI, é crucial perceber o contexto histórico, social e político em que nasceu. A despeito das muitas referências que considera, Joaquim Machado nunca perde de vista o original, em latim, do qual nos apresenta diversos excertos por si traduzidos e interpretados.

3. Alimenta e complexifica os sentidos que atribuímos ao mundo atual, a nós e aos outros, à realidade em que vivemos, aos efeitos da crise e da austeridade, quase 500 anos depois de «Utopia». Sobre o “oligopólio” de que fala More, diz Joaquim Machado (a páginas 29):
“Assiste-se, assim, de um lado ao empobrecimento e do outro ao enriquecimento descarado”… São três razões, entre muitas possíveis, em jeito de convite à leitura de um livro [Edições Afrontamento, 2012] que permite construir pontes entre o presente que vivemos e o futuro (a utopia, se se preferir) que desejamos, não que seja, mas que vá sendo.

José Pedro Amorim


  
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Edição:

Edição N.º 202, série II
Inverno 2013

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