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Selecionar mobilidade: Job Shadowing

“A novidade é qualquer coisa que nos põe o cérebro em alerta” – Alexandre Castro Caldas (Universidade Católica) em intervenção na conferência de valorização do PALV realizada em Lisboa (30 de novembro), intitulada Mobilidade, fator de aprendizagem.

Apresento aos leitores uma nova experiência no âmbito do Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida (PALV).
Trata-se de uma atividade de job shadowing – um tipo de mobilidade pessoal que possibilita aos participantes de projetos eTwinning a vivência do quotidiano dos seus parceiros num outro país. A mobilidade enquadra-se no quadro das formações individuais de formação contínua do PALV e, portanto, é financiada. Para se concretizar, é necessário um convite formal da instituição que acolhe os etwinners, um programa de atividades para, no mínimo, uma semana e a candidatura dos interessados à agência nacional do PALV.
Tudo começou a propósito do CHISAE, projeto que tive oportunidade de apresentar nesta nossa revista [inverno 2010]. A minha ideia inicial era ir à Turquia, uma vez que nos outros países há participantes em diferentes cidades e isso dificultava a minha seleção. Contudo, não pude concorrer à mobilidade por ter usufruído de uma outra, no âmbito do Programa Transversal do PALV, há menos de dois anos. Então, foi hora de pôr mãos à obra e pensar em convidar os parceiros a vir a Portugal.
Foi uma outra forma de novidade.
Após luz verde da diretora do agrupamento, houve reunião on line: dos 11 parceiros, sete estavam interessados, mas apenas quatro puderam candidatar-se, pois os restantes também tinham saído do seu país em mobilidades individuais há menos de dois anos. Concluída a planificação das atividades, programa e convite seguiram por e-mail e correio, mas problemas com a chegada no correio fizeram com que um dos etwinners, lamentavelmente, tenha perdido a oportunidade de concorrer. Em dezembro soubemos o resultado das candidaturas: uma da Bulgária foi rejeitada e duas da Polónia, aceites – em abril de 2012, Montemor-o-Novo iria receber a Ewa e a Magadalena.
O quotidiano da semana de 15 a 21 foi relatado em tempo real (ou mais ou menos) através do Twitter (@betinaastride) e ao final do dia no blogue My PALV ao qual se pode aceder a partir do blogue do projeto ou no Facebook dos etwinners. Desta forma, pretendemos estar tão perto quanto possível dos outros parceiros e, ao mesmo tempo, divulgar o nosso trabalho junto dos nossos seguidores e das comunidades educativas a que pertencemos – mais pormenores sobre as atividades em http://mypalv.blogs.sapo.pt e http://chisaeetwinning. blogspot.pt/.
Globalmente, gostaria de destacar quatro pontos:

- a satisfação dos alunos, particularmente da turma (4º ano) que está no projeto desde o início, pois puderam ver, ouvir e interagir com pessoas que só conheciam por meio da utilização das TIC;
- a articulação conseguida com turmas do Pré-Escolar; era um objetivo claro do nosso programa, não só para maior sensibilização na participação ativa no nosso projeto, mas também para a promoção de projetos eTwinning neste nível de ensino (o envolvimento direto da coordenadora do departamento na reunião inicial e na visita às salas de aula teve um bom impacto);
- a inquietação que aconteceu na sala dos professores e noutros espaços da escola e que, progressivamente, deu alguns frutos na aproximação aos restantes níveis de ensino;
- a participação numa aula sobre desenho e desenvolvimento de projetos de avaliação, a qual foi dinamizada propositadamente em Inglês pelo professor e pelos alunos, meus colegas, no Instituto da Educação da Universidade de Lisboa (com renovado agradecimento ao Professor Doutor Domingos Fernandes, professor da unidade curricular e coordenador do mestrado de Educação em Avaliação).
Gostaria, ainda, de agradecer publicamente a todos quantos acolheram com espírito aberto as colegas e as iniciativas e, também, aos mais reticentes que, durante a semana, apenas conseguiram coragem para um tímido smile, mas que, nesta altura, já estarão mais confiantes para uma nova oportunidade. Comprovadamente, as pessoas têm ritmos diferentes e nem todas abraçam o desafio da mesma forma. Mas, tal como disse Castro Caldas na conferência referida, é necessário criar novidades ao cérebro, porque ele precisa disso para se desenvolver.

Uma outra ideia que pretendo destacar é o facto de os ambientes informais serem muito importantes na aproximação das pessoas, tanto em presença (intervalos, almoços, jantares) como através das redes sociais (Facebook, a mais notória). No planeamento da próxima mobilidade estarei alerta a este grande pormenor!
Durante uma semana, as professoras polacas puderam não só experienciar o quotidiano profissional em que me movo, mas também o pessoal. E foi nessa partilha que os laços existentes, também profissionais e pessoais, se estreitaram e se alvitraram novas ideias para o futuro.
Não, não vou adiantá-las agora, porque ainda não foram apresentadas aos restantes elementos da equipa de trabalho. A seu tempo...
Até lá, do widzenia! 

Betina Astride


  
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Edição:

Edição N.º 197, série II
Verão 2012

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