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Dez anos é muito tempo (?)

Quem aprende uma nova língua adquire uma alma nova (Juan Ramón Jiménez)

Em 2001 celebrou-se o Ano Europeu das Línguas (AEL). Foi uma iniciativa da União Europeia e do Conselho da Europa, na qual participaram 45 países. Foram três as mensagens principais: (i) a Europa é e será sempre multilingue; (ii) a aprendizagem de línguas cria oportunidades; (iii) qualquer pessoa pode aprender línguas. Alguns factos e números acerca da comemoração podem ser consultados no sítio da Comissão Europeia (http://ec.europa.eu/languages/), de onde destaco o interessante guia intitulado “How you can learn languages”. Desde então, 26 de setembro passou a marcar o Dia Europeu das Línguas. Sensibilizar o público para o plurilinguismo na Europa, cultivar a diversidade cultural e linguística e incentivar as pessoas a aprenderem línguas dentro e fora do contexto escolar são as principais ideias a difundir. A União Europeia (UE) tem 23 línguas oficiais e de trabalho: alemão, búlgaro, checo, dinamarquês, eslovaco, esloveno, espanhol, estónio, finlandês, francês, grego, húngaro, inglês, irlandês, italiano, letão, lituano, maltês, neerlandês, polaco, português, romeno e sueco. Existem também as línguas regionais ou minoritárias, que são muitas mais. O primeiro regulamento da UE sobre o regime linguístico foi aprovado em 1958 e especificava as quatro línguas dos países fundadores. Devido a condicionalismos de tempo e orçamentais, hoje em dia poucos documentos são traduzidos para todas as línguas. Normalmente, utilizam-se o inglês, o francês e o alemão como línguas processuais; outras traduções variam consoante a necessidade dos deputados. Este ano, o Centro de Informação Europeia Jacques Delors organizou um programa de comemoração intitulado A Língua Portuguesa em Destaque. Desta forma, pretendeu conferir particular realce àquela que é a terceira língua europeia mais falada no mundo e língua oficial de oito países. Lembrei-me do tema das línguas porque, em outubro de 2001, aqui na PÁGINA, tive a oportunidade de contar algumas iniciativas que desenvolvi, então, a esse propósito (“Para além do AEL”). Passados 10 anos, venho dar conta de uma atividade que teve lugar pelas salas de aula do 1º Ciclo de Montemor-o-Novo, no dia 26 de setembro. O ponto de partida foram os brindes chegados da Áustria, ainda nas férias de verão. Ursula, uma professora que conheci este ano em Bruxelas, numa visita de estudo do Programa Transversal (“Educational Network – Working in Partnership, PÁGINA, Verão 2011, p. 61), enviou algumas ofertas para serem distribuídas por ocasião do 10º aniversário do Dia Europeu das Línguas. Lançada a proposta, professores e alunos envolveram-se em diferentes atividades, todas com o mesmo objetivo: fazer ecoar as ideias do AEL. Vários sítios na internet foram de excelente utilidade e alguns dos trabalhos podem ser consultados nos blogues do projeto Children’s Songs Across Europe (http://chisaeetwinning.blogspot.com) e Mostra Lá, um espaço de divulgação de boas práticas nas nossas escolas (http://mostrala1c.blogspot.com). Por esta altura, os leitores estarão a pensar: mas que notícias tão desatualizadas, estamos quase em janeiro de 2012! Pois é, as coisas do tempo têm destas relatividades. Muito tempo, pouco tempo… “O tempo é muito lento para os que esperam. Muito rápido para os que têm medo. Muito longo para os que lamentam. Muito curto para os que festejam. Mas, para os que amam, o tempo é eterno” (Shakespeare). Além disso, a questão das línguas não vive apenas de iniciativas pontuais e festivas; cresce com ações regulares que podem (re)começar em qualquer altura, mesmo em jeito de desafio.

God Jul och Gott Nytt År! (Bom Natal e Feliz Ano Novo, em sueco)

Betina Astride


  
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Edição:

Edição N.º 195, série II
Inverno 2011

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