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em foco

Loja virtual

No âmbito da Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas Sem-Abrigo, está pensada a criação de uma ferramenta informática que dê garantias em ter mos de comunicação, quer na organização dos recursos necessários para as pessoas sem-abrigo e na geo-referenciação dessas pessoas, quer na comunicação interna e no funcionamento de uma loja virtual que agregue todos os produtos necessários para os apoios a dar. O projecto encontr a-se em stand-by devido à integração da rede inter institucional na Rede Social do Porto, que também pretende criar uma ferramenta semelhante .
“Essa loja poderá resolver uma série de coisas. Por exemplo, uma equipa de voluntários sai à rua e descobre alguém que precisa urgentemente de agasalho; então, pode ir à loja virtual e comprar sem gastar dinheiro. Funciona tudo à base de donativos”, explica Paula França. As instituições inscrevem os seus ‘produtos’ nessa loja e toda a rede sabe onde encontrar o que necessita. Além disso, nessa loja ser ia possível doar tempo: por exemplo, um dentista pode dar uma consulta por mês, ou um pintor doar duas horas do seu tempo par a pintar uma casa.

Humanizar a cidade

Qualquer cidadão pode contribuir par a uma sociedade melhor. Quem sair de casa e, por exemplo, encontrar uma pessoa sem-abrigo a dormir na soleira da por ta, pode agir em prol dessa pessoa. Em vez de chamar de imediato a polícia, recomenda Paula França, “tentem falar com ela, não a desprezem. Está ali um ser humano igual a nós. Perguntem porque está ali a dormir”. A ideia é que haja uma maior entrega, um contacto pessoal, porque assim a ajuda é mais válida. Tal como nos casos em que se dá um cigarro ou uma moeda, mesmo que seja par a comer. “Dar dinheiro não faz sentido. Nos casos em que pedem dinheiro para comer, então vamos para o café… Quando estamos com os nossos amigos, porque não oferecer um café ou um lanche? A atitude deve ser mais de cidadania, de relação de igual para igual. Chegar ao café e dizer para darem de lanchar ao senhor que está a pedir, afecta a dignidade dessa pessoa. Se estiverem com pressa, mais vale não fazerem nada”. “No fundo, é tornar a cidade mais humana. E o Por to não é assim tão gr ande…”, conclui a coordenador a da Rede Inter institucional de Apoio aos Sem-Abrigo.

Maria joão Leite


  
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Edição:

Edição N.º 194, série II
Outono 2011

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