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Análise do livro didático: fragmentação da reprodução humana

No Brasil, o livro didático ocupa posição central no processo de ensino e aprendizagem. O livro é definido como sendo dirigido ao aluno, no entanto os professores tendem a usá-lo como seu principal recurso pedagógico, quantas vezes o único. Dessa forma torna-se importante a análise de livros didáticos, principalmente pela influência que os livros têm como geradores e formadores de opiniões.
Numa visão atual, o ensino de ciências também necessita superar a fragmentação dos conteúdos, visando compreende-los em sua totalidade. Um dos assuntos que despertam maior interesse dos alunos da 5ª à 8ª Série do Ensino Fundamental são os temas ligados à sexualidade e reprodução humana.
O livro analisado neste trabalho foi da 7ª Série do Ensino Fundamental da COLEÇÃO ARARIBÁ. A forma que as figuras (órgãos reprodutores masculinos e femininos) estão descritas no texto são sempre representados numa perspectiva interna, causando um embaraço no aluno para entender a proporção e o local onde aquele órgão se encontra, dificultando o entendimento da totalidade.
As ilustrações estão sempre relacionadas ao conteúdo, porém, não são mencionadas no texto. Elas possuem cores e algumas possuem escalas, mas não há boa articulação entre textos e as imagens. Falta numeração deixando de contribuir para formação correta de conceitos. As formas que as ilustrações estão apresentadas nos assuntos requerem um contínuo vai-e-vem entre textos e imagens, tornando a leitura um tanto difícil, especialmente nos casos onde uma parte da explicação está no texto principal e a outra nas figuras sem legenda, sem numeração, porém com fontes.
A fragmentação do conteúdo é explicita e as informações apresentam-se curtas e superficiais, em todos os capítulos analisados. O sistema reprodutor é tratado de forma separada, quase independente, onde as figuras dos órgãos não fazem relação com a sua posição no corpo. O discurso científico gera formas fragmentadas de pensar sobre o corpo em relação à sua estrutura e funcionamento, além de estarem desconectadas (ARNT, 2004).
Por esse motivo existe a necessidade da adaptação dos livros didáticos apresentando conteúdos de fácil entendimento e com assuntos que reproduzam a totalidade do assunto junto com a realidade dos alunos.

Luiz Eduardo Piroseli
Quézia Cristina de Lima Santos
Alessandra Machado Pessoa
Jaqueline Gonçalves Soares

Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT. Brasil

BIBLIOGRAFIA

  • ARNT, A. M. Falando do corpo na sala de aula: os alunos, as professoras e a biologia. In: VI Jornadas Nacionales y I Congreso Internacional de Enseñanza de la Biologia. Memórias: la educación en biología: para una nueva relación entre ciencia, cultura y sociedad. Buenos Aires : ADBia, 2004. 1 CD-ROM P. 296-300.
  • PROJETO ARABIRÁ: Ciências/obra coletiva, concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna; editor responsável José Luiz Carvalho da Cruz. 1° ed. São Paulo: Moderna, 2006.

  
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Edição:

N.º 184
Ano 17, Dezembro 2008

Autoria:

Alessandra Machado Pessoa
Universidade do Estado do Mato Grosso-UNEMAT. Brasil
Alessandra Machado Pessoa
Universidade do Estado do Mato Grosso-UNEMAT. Brasil

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