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A educação tem de ser uma prioridade

Temos que salientar em primeiro lugar que a educação provoca uma mudança nos indivíduos. Através dela ela passa agir de modo diferente, visto que passa de indivíduo à pessoa, o que significa alguém que tem consciência de si, do papel que representa como ser pensante, agente transformador de uma realidade, responsável por sua própria vida.
Passa a ter discernimento deixando de servir de massa de manobra e de se comportar como animal de rebanho, seguindo os outros sem saber para onde vai, como vai, nem onde vai acabar, facilmente influenciável e conduzido. Ora este tipo de indivíduo se presta à ação dos políticos oportunistas como se prestou aos "coronéis" dos mais longínquos povoados deste imenso território, em épocas não muito remotas. Ao político bem intencionado, assim como ao cidadão de bem, interessa que todos tenham acesso à educação pois só assim um país pode se desenvolver, com a participação consciente e cidadã de todos os elementos que compõem uma nação.
É esta a forma mais legítima de ascensão social. No momento que a educação passar a ser realmente prioridade, e não só de fachada e "palavratório" mais verbas serão a ela destinadas, mais políticas serão ensejadas visando à propagação de um ensino de qualidade a todos. Isto tem que passar pela qualificação e valorização do ensino público do corpo docente que mal consegue sobreviver não dispondo de meios para se qualificar através da aquisição de livros, material didático atualizado, realização de cursos de extensão, pós-graduação, mestrado e doutorado, quer pelas condições supra citadas, quer pela falta de tempo em virtude de terem de trabalhar em várias escolas, desenvolvendo jornadas de 60 horas para prover o próprio sustento e de familiares.
Devem ser viabilizadas oportunidades reais para que mais pessoas ingressem no magistério, de onde está havendo uma fuga muito grande, em virtude da falta de incentivos e baixos salários.
Aos homens de "bem" interessa que a educação seja prioridade. Mas será que estes estão onde deveriam estar?
Não será nossa culpa se não colocamos as pessoas certas, nos lugares certos, quando temos oportunidade? Vale uma reflexão...

Isabel C. S. Vargas


  
Ficha do Artigo
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Edição:

N.º 183
Ano 17, Novembro 2008

Autoria:

Isabel C. S. Vargas
Advogada, professora, aposentada do serviço público
Isabel C. S. Vargas
Advogada, professora, aposentada do serviço público

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