ANSIEDADES da CRISE
A China, afectada pela crise internacional, tomou uma série de medidas para lutar contra o arrefecimento da economia e apoiar sectores como os da exportação e imobiliário. Os primeiros pacotes foram decididos 24 horas depois de Pequim anunciar um crescimento em alta de 9,0 por cento entre Julho e Setembro, o que representa o mais baixo nível trimestral em cinco anos. O governo interveio em primeiro lugar para apoiar as exportações, aumentando as devoluções do IVA para cerca de 3.500 produtos. Embora as medidas sigam à contracorrente da sua política actual, as decisões fiscais justificam-se nos temores de Pequim de uma diminuição da procura nas economias ocidentais. Paralelamente, o governo confirma a intenção de investir em massa, mas sem dar montantes precisos, em "obras viárias, aeroportos, centrais nucleares e na energia hidráulica", principalmente. Foram também tomadas medidas fiscais para ajudar o sector imobiliário, que representa um quarto do total dos investimentos em capital fixo e 10 por cento do Produto Interno Bruto chinês. A desaceleração do crescimento chinês é, "antes de mais nada, um problema interno", apontou o Goldman Sachs. Mas "o clima internacional que poderia permitir à China um crescimento contínuo, piora", segundo o JP Morgan. Pequim escolheu, assim, o caminho do estímulo ao sector imobiliário, arrefecido durante quatro anos com directrizes destinadas a travá-lo. Para o JP Morgan, 19 por cento dos empréstimos dos bancos chineses estão relacionados com o sector imobiliário, em comparação com os mais de 50 por cento nos Estados Unidos. "A China é o país que dispõe da maior flexibilidade para conter o impacto da crise financeira mundial", destacou o JP Morgan.
AFP
|