OS CRIMES DE GUANTÁNAMO
Um tribunal federal de apelação dos Estados Unidos bloqueou a libertação de 17 chineses muçulmanos da etnia uigur da prisão de Guantánamo até novas audiências judiciais em Novembro. Os detidos permanecem no campo destinado a suspeitos da "guerra contra o terrorismo" há mais de seis anos sem que tenham sido feitas quaisquer acusações formais contra eles. Um tribunal federal americano ordenou no início do mês de Outubro que os 17 chineses muçulmanos fossem libertados em solo americano. O governo americano tinha eliminado em Setembro as acusações de "combatentes inimigos", que justificavam até então a sua prisão em Guantánamo. Fugidos da China, os 17 foram detidos no Afeganistão quando o exército americano interveio no país por causa dos atentados de 11 de Setembro. Foi a primeira vez que um tribunal ordenou que combatentes da "guerra contra o terrorismo" detidos em Guantánamo fossem libertados em território americano. Os 17 chineses pedem a sua libertação temporária no território americano até que um terceiro país aceite recebê-los, revelam cópias dos documentos judiciais, obtidas pela AFP. Perante a recusa do tribunal de apelo o governo decidiu manter o grupo em "casas especiais" no centro de detenção de Guantánamo, "até que possam ser instalados num país estrangeiro". Até ao momento, "pelo menos seis destes homens continuam em regime de isolamento", passando cerca de 22 horas numa cela sem luz natural. Os uigures são uma minoria étnica muçulmana perseguida na China. A Associação de Defesa das Liberdades Civis (ACLU) disse que a "situação dos uigures serve para mostrar o escandaloso e pantanoso nível judicial e moral que é Guantánamo".
AFP
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