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Uma Reflexão

Educadores e Educandos

Procurava eu encontrar o motivo ou motivos de, segundo me parecia, a Página ser muito principalmente colaborada por professores e investigadores, sendo que os problemas que veicula, ultimamente mais agravados para as escolas, sem dúvida respeitam ambas as partes, educadores e educandos - não falando agora de outras entidades ligadas ao processo.
Ou estaria enganado, e igualmente estudantes na Página colaboravam?
A verdade é que quem assina os artigos se assume como, por exemplo: António (digamos, para simplificar), Universidade Católica Portuguesa; Manuel, Universidade do Minho; Ruy, Universidade de Bristol UK; Luis, Escola Superior de Educação de Setúbal; Pedro, Escola Secundária de Oliveira do Douro; Josefa, Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Carmo, Instituto Politécnico de Lisboa; Chavez, Universidade Autónoma de Barcelona...
E por aí adiante, temos felizmente para ler dezenas de (bons) colaboradores da Revista. Serão docentes? Alunos? De outras competências? Em um ou outro caso esporádico esclarece-se, na realidade: Professor de... Investigador de...
Mas o que principalmente me traz à abordagem desta problemática é que, pelo conteúdo dos textos, serão mormente professores que os escrevem; na quase totalidade dos casos, a bem dizer. Outros serão investigadores, por exemplo.
E os estudantes? Porque andam eles nestas páginas da Página tão arredios de temas que ao seu futuro, e o seu futuro é desde hoje ou já começou, dizem claramente respeito? Não detecto um artigo assinado por José, Aluno de... Estudante de... Mas podem eles alhear-se do que na e contra a Escola se vem passando? Andarão desinteressados de si próprios e dos magnos problemas que lhes dizem respeito? Na verdade, as posições cívicas que dezenas e centenas de milhares de Professores individual e colectivamente têm com razão assumido, não se vê que dos alunos tenham merecido público ou significativo apoio. Ausências semelhantes à que, na Página, com preocupação verifico. Pois não se chama ela da educação? Uma moeda tem duas faces..., e no caso vertente terá certamente mais, as principais havendo de ser os Educadores e os Educandos.
Esperançoso como por natureza serei, hei-de ver um dia as páginas da Página assinadas por quem oferece e por quem recebe, compartilhando, a indispensável Educação. Aliás esta riqueza dá-se e aceita-se mutuamente, até simultaneamente, isto é, troca-se: de outro modo sucumbirá.

Fernando Miguel Bernardes


  
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Edição:

N.º 182
Ano 17, Outubro 2008

Autoria:

Fernando Miguel Bernardes
Escritor
Fernando Miguel Bernardes
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