ESTUDAR O CLIMA
Uma investigadora portuguesa, Vanessa Batista, esteve na Antárctida entre Janeiro e Fevereiro deste ano para perfurar o solo sempre gelado (permafrost) e conhecer os efeitos das alterações climáticas. Conseguiu fazer um dos raros furos com mais de 25 metros de profundidade na Antárctida. O projecto, integrado no recente Programa Polar Português, foi o primeiro no continente branco a contar com financiamento português. Os resultados foram apresentados na Fundação Calouste Gulbenkian, entidade que financiou a expedição, integrada na campanha Antárctida espanhola, com 60 mil euros. As perfurações começaram a 22 de Janeiro. Mas, devido à instabilidade do solo, o primeiro furo foi abandonado com apenas 1,70 metros. No dia seguinte e dois metros ao lado começou nova perfuração, utilizando outro sistema. A 31 de Janeiro, às 19h45, a equipa deu o trabalho por terminado. Tinha perfurado 25,5 metros, um dos cerca de cinco furos com esta profundidade existentes na Antárctida. Foi-lhe posto o nome de "Gulbenkian I", o primeiro furo com nome português. Dentro do furo foi introduzido um sensor que vai medir a temperatura de cinco em cinco minutos. Dentro de um ano, a equipa poderá apresentar resultados mais definitivos. Mas ontem, já pôde dizer que o permafrost naquele local tem mais de 25,5 metros de profundidade. Aí, a temperatura é de dois graus negativos. A segunda perfuração ficou a meio, com 15,7 metros de profundidade porque o navio que os traria de volta a casa já estava à sua espera. Ao furo deram um nome, fácil de adivinhar, "Gulbenkian II". A equipa deve voltar ao local. in: Público, 19.06.08
AFP
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