CONTRA A FOME
O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas adoptou uma resolução na qual pede que todos os países tomem "as medidas necessárias" para garantir o acesso aos alimentos em plena crise causada pela alta dos preços. Numa sessão especial dedicada à crise alimentar, a instância formada por 47 países adoptou por consenso essa resolução que requer rever "qualquer política ou medida que possa ter um impacto negativo sobre o cumprimento do direito à alimentação". Pouco antes, a alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Louise Arbour, dirigiu-se ao fórum para responsabilizar a convergência de factores, como as práticas comerciais injustas, as distorções do abastecimento, a procura e os subsídios, pela actual situação. Arbour pediu uma reacção para evitar que se produza "um efeito dominó" que ponha em risco "direitos fundamentais, inclusive o direito à educação, quando as pessoas se vêm forçadas a prescindir de outras necessidades básicas e serviços para se poderem alimentar e alimentar a sua família". O preço dos alimentos quase duplicou em três anos. Os especialistas atribuem o aumento às restrições comerciais, ao clima e ao crescente uso de biocombustíveis elaborados a partir de produtos agrícolas, como o milho. Outra razão é o aumento do preço do petróleo que encareceu o transporte. De Schutter, relator da ONU para a alimentação, manifestou-se contra os objectivos dos Estados Unidos e da Europa em aumentar a produção de biocombustíveis.
AFP
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