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Da natureza humana

Parar de fumar é socialmente contagioso, afirma estudo

Se o vício em cigarros começa como um hábito, parar de fumar é socialmente contagioso, segundo um amplo estudo realizado nos Estados Unidos ao longo dos últimos 30 anos.
"Analisando amplas redes sociais, descobrimos que grupos inteiros de pessoas que não se conhecem obrigatoriamente param de fumar ao mesmo tempo", afirmou Nicholas Christakis, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard e co-autor do trabalho.
"Desse modo, se há uma mudança no 'zeitgeist' (espírito da época) desta rede social, como uma mudança cultural, todo um grupo de pessoas conectadas, mas que não se conhecem necessariamente, param de fumar em grupo", disse.
Os investigadores obtiveram os dados a partir da reconstrução de uma rede social de 12.067 indivíduos entre 1971 e 2003. Todas as mudanças familiares dos participantes, casamentos, mortes ou divórcios, foram catalogadas. Os investigadores registaram também os contactos com amigos próximos, colegas de trabalho e vizinhos.
A maior parte desses amigos e colegas também participaram do estudo, o que permitiu a observação de um total de 53.228 relações sociais, familiares e profissionais.
O mais impressionante, no entanto, é que as pessoas param de fumar em grupo, e não sozinhas, destaca o trabalho, publicado no New England Journal of Medicine de 20 de Maio.
O trabalho também aponta para o facto de que os fumadores estão cada vez mais marginalizados em diferentes grupos sociais. Em 1971, não havia distinção social entre fumadores e não-fumadores, tanto nas empresas quanto na sociedade.
Nos anos 80 e 90, no entanto, "constatamos uma mudança de atitude radical que se traduz numa rejeição aos fumadores na periferia das redes sociais", segundo James Fowler.

Costa Rica tem recorde de nascimentos de tartarugas-de-couro

Pelo menos 886 tartarugas-de-couro já nasceram na praia Junquillal, do Pacífico costa-riquenho, nesta temporada, graças à protecção de jovens da comunidade, que espantam os predadores e protegem os ovos, informou o Fundo Mundial para a Natureza (WWF, sigla em inglês).
"Nesta última temporada, Junquillal foi, provavelmente, a mais importante praia de desova secundária de tartarugas-de-couro na América Central, devido, não apenas à quantidade de ninhos detectados, mas ao sucesso no número de nascimentos de tartaruguinhas", afirmou Gabriel Francia, coordenador do Programa de Conservação de Tartarugas-de-couro do Pacífico, do WWF.
O mérito é de um grupo de seis jovens, membros do programa, que todas as noites patrulham os quase 6 km da praia de Junquillal, em busca de tartarugas marinhas que tenham saído para desovar.
Quando as encontram, registam a hora em que saíram do mar, as condições ambientais e da maré e o lugar em que saíram, entre outros detalhes. Depois delas voltarem para a água, eles retiram os ovos do ninho e levam-nos para um viveiro, onde estarão a salvo de predadores e do saque dos humanos.
A tartaruga-de-couro (dermochelys coriacea) é a maior do mundo. Mede quase dois metros e pode pesar até 650 kg. Está em sério risco de extinção, principalmente, por causa do saque dos ninhos.

AFP


  
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Edição:

N.º 179
Ano 17, Junho 2008

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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