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O portátil no contentor

As novas tecnologias são o centro de uma nova educação da nossa sociedade, e são a grande aposta de um governo para a área da educação. Até aqui muito bem, agora vejamos, como é possível que escolas funcionem em contentores, casas do povo, entre muitas situações; escolas a funcionarem sem mobiliário e material pedagógico; escolas sem espaços lúdicos, espaços verdes, campos de jogos, coberturas, refeitórios?
E o que refulge para a união europeia é um ensino de grande qualidade, com novos projectos tecnológicos, no mínimo ridículo.
Quais as afirmações proferidas pelos nossos "governantes" se assim podemos dizer, "o governo está a realizar um notável esforço" para obter-mos estes resultados. Será que um governo é escolhido e foi concebido para fazer esforços notáveis, não será isso que a população espera, ou seja, poderíamos dizer o seguinte, o aluno do ensino notável português faz um esforço notável para aprender em escolas-contentores notáveis, sem electricidade, espaços lúdicos, mobiliário escolar, mas com um notável computador, no qual sempre poderá ver reflectido a sua imagem no monitor.
Agora temos, o melhor da tecnologia, dentro de contentores, começámos ao contrário, precisamos primeiro de escolas com as devidas condições inclusivas, escolas que disponham das devidas adaptações para os alunos frequentarem.
A banda larga da educação é proposta sem condições, sem orientações, sem informações, dificultando o combate ao verdadeiro problema escolar, o insucesso escolar.
As escolas actuais, não propiciam aos seus intervinientes mais valias ao ponto do insucesso escolar se desvanecer, são sim locais de indisciplina e de processos graduais de marginalização em muitas destas.
Não contemplo por parte do Ministério da educação uma preocupação objectiva com os problemas de indisciplina, de insucesso escolar, vejo sim, um Ministério preocupado com a sua imagem perante a sociedade, ludibriando-a com medidas popularizadas.
O encerar deste capítulo educacional demagogo será o passo preponderante para a criação de uma nova escola, uma escola inclusiva, uma escola aberta à sociedade integradora e criadora.
Uma maior quantidade de alunos a estudar, não é sinal de um futuro promissor para o desenvolvimento do país, mas sim, uma maior qualidade do ensino será o princípio basilar para um incremento de um desenvolvimento do país, logo um facilitismo presente nos estabelecimentos de ensino não ajuda nada, mas pouco interessa combater o facilitismo, porque não é uma medida popular.
Medida popular foi, um computador por aluno, proponho então ao governo que as medidas não terminem, mas sim continuem, numa perspectiva que só poderia ser a qualidade, melhorem pois as escolas, com mobiliário e material pedagógico; com espaços lúdicos, espaços verdes, campos de jogos, coberturas, refeitórios, salas interactivas, adaptações para as populações especiais, pessoal especializado nos novos projectos, técnicos especialistas.
Só existe uma forma de um país com alguns problemas sócio-económicos, superar os mesmos, apostar num futuro a curto e médio prazo conhecedor e competitivo. Devemos pois incutir aos nossos alunos a competitividade saudável, um gosto pela procura do conhecimento, moldando o aluno para um olhar realista da sociedade e procurando que o aluno ambicione e sonhe com o seu futuro, mas com as armas ao seu dispor para que o mesmo aconteça.

Gui Duarte Meira Pestana


  
Ficha do Artigo
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Edição:

N.º 175
Ano 17, Fevereiro 2008

Autoria:

Gui Duarte Meira Pestana
Coordenador e Docente do Curso de Motricidade Humana Instituto Piaget, ISEIT - Mirandela
Gui Duarte Meira Pestana
Coordenador e Docente do Curso de Motricidade Humana Instituto Piaget, ISEIT - Mirandela

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