Argentina rejeita acordo com o FMI para pagar dívida ao "Clube de Paris"
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O governo argentino negou-se recentemente a realizar um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), depois de ter cancelado todos os seus compromissos financeiros com este organismo, como condição para o pagamento da sua dívida de 6,5 mil milhões de dólares com o chamado "Clube de Paris" ? instituição informal constituída por dezanove países industrializados que utiliza o FMI como instrumento para avaliar o estado da economia e a balança de pagamentos do país que pretende reestruturar a sua dívida. "Jamais a Argentina terá um programa contingente com o FMI para abrir uma negociação com o Clube de Paris. Não precisamos disso", afirmou a ministra da Economia, Felisa Miceli, em declarações publicadas por dois importantes jornais de Buenos Aires. A pressão para que o governo argentino aceite um acordo com o FMI partiu deste próprio organismo de crédito. "Geralmente, a norma é que a reestruturação da dívida do Clube de Paris ocorra juntamente com um programa do FMI", afirmou o porta-voz da entidade, Massod Ahmed. O presidente Kirchner afirmou, no final de Janeiro, a sua intenção de "ir solucionando passo a passo" a dívida com o Clube de Paris, que chega aos 6,5 mil milhões de dólares, como parte da sua política de renegociar e reduzir os compromissos externos da Argentina. No entanto, o governo quer pagar essa dívida sem ficar sujeito às auditorias do Fundo sobre a economia local. Recorde-se que Buenos Aires pagou por antecipação, em Janeiro de 2006, os 9,5 mil milhões de dólares que devia ao FMI. Especialistas da área financeira dizem que a recusa do país sul-americano poderia complicar as negociações em curso para pagar a prazo a dívida com o Clube de Paris, a menos que Kirchner salde numa única prestação o total da dívida. "Conseguir com o Clube de Paris uma reprogramação de uma dívida sem ter um acordo com o fundo é muito incomum", refere Claudio Loser, ex-director do Departamento de Assuntos Hemisféricos do FMI à imprensa argentina. No entanto, Loser lembrou que a entidade, composta pela maioria das nações da Europa Ocidental, os Estados Unidos, o Japão, a Austrália e o Canadá concedeu esse privilégio a Cuba e à Rússia. O governo argentino assinou no dia 31 de Janeiro um acordo com a Espanha para saldar em seis anos uma dívida de 982,5 milhões de dólares que mantém com Madrid desde o início de 2001 e que representa o total da dívida com o Clube de Paris.
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Ficha do Artigo
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Edição:
Ano 16, Março 2007
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Autoria:
Agence France-Presse
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