Página  >  Edições  >  N.º 164  >  Cartas à Redacção

Cartas à Redacção

Exmos. Senhores

Escrevo-lhes porque a mágoa que sinto é imensa ao ver a educação e os agentes da mesma, serem tão maltratados por todos. Começando pelo governo e pela Sra. Ministra de Educação que parece entender mais de economia do que de educação (deveria ter escolhido essa pasta...ou talvez não, já basta o que vemos), esta senhora parece ter um qualquer trauma com os professores e agora que o poder lhe foi dado, esfrega as mãos de contente, por poder destilar toda a sua paranóia em cima de quem ensina.
Mas pior do que isto é que esta senhora dá força aos presidentes dos conselhos executivos dos agrupamentos para agirem, em caso de dúvida, sempre contra os professores. E, alguns destes presidentes, ávidos de agradar, muitos também com o poder tão enraizado nas veias, disparam em todas as direcções, contentes por poderem interpretar a lei e aplicá-la como lhes aprouver, porque o Ministério e a DREL ficará sempre do seu lado, porque afinal a lei em Portugal é muito, digamos...versátil.
No dia 4 de Outubro de 2006, realizou-se na Junta de Freguesia de Almada uma reunião do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, que foi avisada a todos os Conselhos Executivos dos Agrupamentos do Conselho de Almada com carácter de excepcionalidade, dado que estava na mesa a negociação da alteração do Estatuto da Carreira Docente. A adesão dos Professores foi grande, pois o seu futuro estava em causa, está em causa.
Algumas colegas de uma Escola do 1º ciclo de Almada aderiram na sua totalidade e como consequência tiveram de imediato as suas faltas injustificadas, com o argumento de que não avisaram a Escola Sede de agrupamento (não vem na lei que esse aviso deva ser feito por cada professor).
Os outros professores das várias escolas deste mega agrupamento de Almada, que é mais um quartel do que um agrupamento, onde só falta bater a continência ao seu general, tiveram a 2 de Janeiro de 2007, uma carta registada informando que havia intenção de lhes injustificarem a falta. O SPGL foi informado desta situação e o processo vai decorrer em tribunal.
No entanto, para que sintam o tipo de pessoa que gere este agrupamento, esta semana esta senhora presidente de Conselho Executivo enviou-nos para as escolas um aviso de reunião do Sindicato dos Professores Licenciados que se realizaria numa Escola do Montijo. Admirados, não fiquem, é com este sarcasmo que são tratados os professores do Agrupamento mais protegido da história do MNE.
Não sei se é um padrinho, ou se é uma madrinha que esta senhora lá tem, se calhar são ambos, o que é certo é que faz o que quer, quando quer e sobra-lhe tempo para pensar como pode prejudicar os seus pares, mantendo-os sob pressão e não lhes dando paz de espírito para aquilo para que são pagos - Dar aulas!
Aquilo que aqui faço é dar o testemunho de um dos motivos porque a educação em Portugal é tão débil. As pessoas que têm o poder têm-no tempo demais, e quando não o têm directamente arranjam capachos para manobrarem a seu belo prazer, como também é intenção desta senhora que não nomeio, pois vivo numa democracia mascarada, e temo por possíveis represálias e ameaças de processos disciplinares (Ah! Como ela gosta de dizer isto e ver as reacções das pessoas, ou então mandá-las calar nas reuniões como se de meninos se tratassem).
Publiquem esta carta, dêem a conhecer ao País e à Europa esta vergonha da Democracia Nacional.


  
Ficha do Artigo
Imprimir Abrir como PDF

Edição:

N.º 164
Ano 16, Fevereiro 2007

Autoria:

Vasco Campos Baptista
Professor
Vasco Campos Baptista
Professor

Partilhar nas redes sociais:

|


Publicidade


Voltar ao Topo