A EMENTA das ESCOLAS
A maioria de direita do parlamento japonês adoptou recentemente uma reforma educativa que prevê a introdução do ensino do conceito de patriotismo nas escolas, iniciativa controversa num país onde o tema é considerado sensível desde a derrota do país na II Guerra Mundial, em 1945. Os partidos da oposição, desde os democratas centristas até aos comunistas, boicotaram a votação. O novo primeiro ministro conservador, Shinzo Abe, havia feito desta reforma educativa, e em particular da introdução deste conceito nos programas escolares, um dos seus principais temas de campanha eleitoral. Segundo um recente estudo da Universidade de Tóquio, mais de 60 por cento dos professores japoneses opõem-se a esta medida argumentando que é uma questão "demasiadamente política". Para 80 por cento dos inquiridos, o projecto de reforma do governo japonês "não responde às questões mais prementes". No topo das preocupações dos professores está a crescente disparidade social que, segundo os docentes, tem um impacto significativo no sucesso educativo dos alunos. O sistema educativo japonês, baseado no espírito de competição, obriga uma larga maioria de estudantes a frequentarem aulas suplementares fora da escola ("juku"), extremamente onerosas, de forma a garantir um lugar numa boa universidade.
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