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Lá fora

VIOLÊNCIA MATA 80 MIL MENORES POR ANO NA AMÉRICA LATINA

Mais de 80 mil menores morrem anualmente na América Latina vitimados pela violência, sobretudo familiar, revela um estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), quantificando em 145 mil milhões de dólares anuais os custos sociais causados pela violência, um valor equivalente a 12 por cento do Produto Interno Bruto da América Latina e Caraíbas.
"A violência vivida pelas crianças é um reflexo de deterioração moral, social e cultural. É urgente a humanização das nossas sociedades e tomar medidas de protecção para a infância", referiu Corina Villacorta, vice-presidente da Visión Mundial, uma das organizações não governamentais que participaram na elaboração do estudo.
O consultor das Nações Unidas, o brasileiro Paulo Pinheiro, coordenador do estudo solicitado pelo próprio secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirmou que "todos os países podem e devem pôr fim à violência contra as crianças". Para este responsável, "não basta castigar os agressores, mas também transformar a mentalidade das sociedades e as condições económicas e sociais subjacentes ligadas à violência".
Na opinião de Pinheiro, todos os países deveriam proibir as formas de violência contra as crianças, inclusivamente os castigos corporais dentro de casa, melhorar a recolha estatística destes casos, implementar políticas de prevenção eficazes, legislação que obrigue a cumprir os compromissos internacionais de protecção aos menores e de prevenção da violência
"Não podemos esperar que estas crianças se convertam em cidadãos exemplares, a menos que actuemos de forma íntegra no sentido da mudança do ambiente em que crescem", acrescentou.
Uma outra forma de violência cometida sobre as crianças é a pobreza. Recentemente, um estudo da autoria da Comissão de Direitos Humanos da Cidade do México afirmava que 60 por cento das crianças mexicanas não têm acesso a cuidados médicos, educação e trabalho.
"À medida que crescem, os jovens são excluídos pelos modelos económicos que ditam a marginalização de grandes sectores da população e com poucas hipóteses de inserção no mercado de trabalho", referia o documento.

ONU ACUSA O GOVERNO DO SRI LANKA DE PROMOVER RECRUTAMENTO DE CRIANÇAS PARA A GUERRA

O representante das Nações Unidas para a infância e os conflitos armados, Allan Rock, acusou em Novembro as forças de segurança do Sri Lanka de recrutar crianças para um grupo paramilitar que combate os revoltosos Tamil.
Allan Rock disse aos jornalistas que possui provas do envolvimento directo de soldados do Sri Lanka no recrutamento de crianças para um grupo paramilitar.
"As forças de segurança governamentais fazem com que crianças sejam recrutadas pela milícia (paramilitar) Karuna", assegurou Rock.
Esta é a primeira vez que as Nações Unidas lançam tal acusação contra o governo de Colombo.


  
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Edição:

N.º 162
Ano 15, Dezembro 2006

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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