Povos indígenas queixam-se de serem ignorados no debate mundial
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Os representantes dos povos indígenas da Terra queixaram-se nesta conferência de estarem a ser excluídos do debate mundial sobre o aquecimento global. A denúncia partiu de um grupo de delegados da América Latina, Ásia, África e Pacífico, que lamentaram o facto de ainda não terem direito de participação efectiva nas negociações, "apesar de, em muitos casos, serem eles os mais afectados pelas alterações climáticas" afirmou Marcial Arias, em representação do Panamá. "Exigimos uma participação total e efectiva ao nível do planeamento, da tomada de decisões e da implementação dos programas de mudança climática", referia o comunicado distribuído por aqueles delegados, acrescentando que os apelos ao diálogo têm sido sucessivamente ignorados pelos poderes mundiais ao longo dos onze encontros anteriores. Neste sentido, assegurou Marcial Arias, "a Convenção-marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática nega totalmente a existência dos povos indígenas". Os povos indígenas garantem que as propostas de combate às alterações climáticas apresentadas pelos países desenvolvidos não levam em conta as suas necessidades específicas e os estilos de vida tradicionais, afirmando que o seu conhecimento precisa de ser "reconhecido". Entre as medidas a que se opõem estão alguns programas de energia limpa, nomeadamente a construção de gigantescas barragens hidroeléctricas, que, na sua opinião, destroem a terra e o habitat ribeirinhos, bem como a bolsa de emissões de carbono, através da qual os países desenvolvidos podem, na prática, comprar créditos de emissão de poluentes aos países mais pobres.
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Ficha do Artigo
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Edição:
Ano 15, Dezembro 2006
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Autoria:
Jornalista do Jornal A Página da Educação
Jornalista do Jornal A Página da Educação
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