RELIGIÃO e ESPECTÁCULOS
Depois de duas décadas na crista da onda pop internacional, Madonna continua fiel a si mesma, dando que falar. Na sua passagem por Moscovo, onde deu o último show europeu da polémica turné "Confessions", recebeu a condenação da Igreja Ortodoxa que considerou o espectáculo "blasfemo". A «ousadia» de cantar pendurada numa cruz durante o show foi qualificada por cristãos russos como um «insulto aos sentimentos dos crentes» e uma prova de que a cantora americana está «sob a influência do diabo». Mas nem os protestos, nem as ameaças ? a máfia russa ameaçou sequestrar os seus dois filhos se subisse ao palco ? impediram que Madonna se apresentasse sem modificar o ponto alto do espectáculo: a crucificação e a coroa de espinhos "fake" na interpretação de «Live to Tell». A Igreja Ortodoxa tentou de todas as formas impedir a primeira apresentação de Madonna no país, com protestos de rua em que chegaram a ser queimadas fotografias da artista. A cantora, de 48 anos, não entende a razão de tanto barulho, não só em Moscovo, mas em quase todas as cidades onde se apresentou, de Roma a Los Angeles, passando por Amsterdão, Praga e Berlim. «Não acho que Jesus se chateasse comigo pela mensagem que tento enviar», disse em Maio passado. Para a cantora, a sua «crucificação», acompanhada de imagens de crianças africanas famintas, só visa despertar a solidariedade pelos menos favorecidos.
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