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Globalização não diminuiu o fosso entre países ricos e pobres

De acordo com o relatório sobre a "Situação económica e social no mundo em 2006", publicado pela Organização das nações Unidas (ONU), a globalização não conseguiu reduzir as desigualdades entre países ricos e pobres e sublinha que "a desigualdade internacional aumentou fortemente desde 1980". Esta evolução, refere o documento elaborado pelo Conselho económico e social da ONU, "vai ao encontro da ideia que defende que as disparidades de rendimento entre os países mudam numa economia globalizada".
De facto, apenas um pequeno número de países em desenvolvimento foi capaz de reduzir o fosso que os separava dos países desenvolvidos. A estratégia que prevaleceu nos anos 80 e 90 foi a "deixar uma grande margem de manobra para que o mercado mundial diminuísse a diferença de rendimento". Segundo os autores do relatório "isso não aconteceu, apesar de vários países em todo o mundo terem liberalizado os seus sistemas financeiros e terem aberto os seus mercados à globalização".
O relatório constata ainda que "a liberalização do comércio foi a principal tendência política ao longo das últimas décadas na maior parte das regiões do mundo, o que provocou um aumento do volume de exportação, mas não necessariamente um crescimento económico mais elevado".
"Os países que foram capazes de diversificar e mudar a sua estrutura de produção para incluir actividades com produtividade mais elevada tiveram ganhos mais visíveis em matéria de crescimento".
Por isso, a ONU recomenda que os países em desenvolvimento diversifiquem as suas economias, ainda muito dependentes das matérias-primas, para torná-las menos vulneráveis às flutuações do mercado mundial e às crises na bolsa. A exemplo dos países asiáticos mais dinâmicos, elas devem orientar-se para produtos de grande valor agregado, como os de alta tecnologia e os serviços.
Para o secretário-geral adjunto da ONU, José António Ocampo, "não é uma questão de quantos países exportam, mas aquilo que exportam". Para evitar crises como as de 1996-98 e 2000-2002, os países ?devem adoptar políticas adaptadas à sua situação nacional", acrescentou este responsável na apresentação do relatório à imprensa.


  
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Edição:

N.º 159
Ano 15, Agosto/Setembro 2006

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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