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Europa dividida perante quatro modelos sociais

A União Europeia (UE) tem actualmente quatro tipos de "modelo social" com desempenhos muito diferentes, que tentam adaptar-se a um mundo de mudanças sociais e económicas sem perder de vista valores de referência como a eficácia e a equidade.
"Há tantas diferenças entre os sistemas nacionais de bem-estar europeus que as próprias noções de 'modelo social' ou de 'Europa social" são questionáveis", explica André Sapir, professor da Universidade Livre de Bruxelas e membro do BRUEGEL, um laboratório de estudos económicos situado na capital belga, num documento sobre a globalização e a Europa.
Revendo a tradicional classificação dos sociólogos, Sapir distingue no interior da ex-UE15 quatro modelos: o nórdico (Escandinávia e Holanda), o anglo-saxónico (Irlanda e Reino Unido), o continental (Alemanha, Áustria, França, Bélgica, Luxemburgo) e o mediterrânico (Grécia, Itália, Espanha e Portugal). Um outro documento, do Centro de Política Europeia refere, que os novos países membros "têm certas características comuns" mas que será ?muito provável que adoptem rapidamente algum dos modelos europeus".
No seu estudo, André Sapir procurou avaliar os quatro modelos europeus de acordo com critérios de eficácia e equidade. "Os países nórdicos têm uma posição invejável, com um modelo social que proporciona ao mesmo tempo eficácia e equidade, ao passo que os mediterrânicos vivem em um que não proporciona nem uma coisa nem outra", explica. "Já os anglo-saxões têm um modelo social eficaz, mas que não é equitativo, enquanto os continentais têm mais equidade, mas menos eficácia", sublinha Sapir.
No entanto, além das diferenças, é crucial a capacidade de cada país conseguir manter o seu modelo perante os desafios contemporâneos. "Os modelos que não são eficazes não são sustentáveis face às crescentes tensões sobre as finanças públicas, as mudanças tecnológicas e o envelhecimento da população", afirma Sapir.
Na sua opinião, os modelos continental e mediterrânico devem ser reformados no sentido de obter uma maior eficácia, já que o Produto Interno Bruto combinado destes países corresponde a dois terços da UE e a 90% de toda a Eurozona.


  
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Edição:

N.º 151
Ano 14, Dezembro 2005

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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