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Sistemas de Informação para a Educação

Embora não sendo um tema recente, no nosso país, é algo que ainda não está consolidado como área específica de estudo, no interior do Sistema Educativo Português. Depois de um começo titubeante, em que era sinónimo de Tecnologias de Informação, tem vindo gradualmente a ganhar visibilidade, via organizações privadas e a ganhar terreno como área de debate específico.
Os Sistemas de Informação, conjunto de todos os componentes físicos e lógicos que servem de suporte ao manuseamento da informação, entraram definitivamente na ordem do dia devido aos indiscutíveis avanços da tecnologia que lhes dá suporte.
Apesar de encarados como pertença do mundo empresarial, a escola pode e deve abordar este assunto como pertencente à sua área de influência, pois se existe organização que ?vive? e ?sobrevive? sustentada em informação, é a escola. Todos os processos inerentes ao normal funcionamento da escola suportam-se, fundamentalmente, na análise da informação disponível. Esta, pode existir em abundância, mas na prática servir de pouco se não for de qualidade. Só com informação de qualidade e disponibilizada em tempo útil, é que se pode garantir a eficiência e eficácia de uma organização.
Actualmente, o recurso a tecnologia adequada é indissociável do que acima se apontou. Reconhece-se que para se conseguir dispor de informação com as características mencionadas, é indispensável fazer uso de suportes tecnológicos adequados que permitam o seu fácil manuseamento e consequente fiabilidade.
Não fazemos uma apologia reducionista do uso da tecnologia, mas antes de forma abrangente e de suporte à decisão. Esta é da exclusiva competência e atribuição do elemento humano, que é quem controla a máquina. É o factor chave da intendência de uma organização e tem que se suportar em informação de qualidade, isto é, sem ruído.
Numa organização existem três componentes que se interligam e dependem mutuamente entre si. A componente material, a imaterial e o elemento humano. Como todos interagem de forma aleatória, têm que ser levados em consideração, de forma equivalente, na gestão da organização. O elemento humano e a componente material por razões que todos reconhecem, são alvo de atenção especial, por parte de quem decide. Resta-nos a componente imaterial, ou seja, a informação.
Se a Informação serve de ?alimento? ao todo organizativo, porque não a gerimos também? Ou seja, se todos reconhecemos que a componente imaterial (dados, informação, conhecimento), é tão ou mais importante que as restantes, devemos procurar formas de resolver esta dificuldade.
Recorrendo à abordagem dos Sistemas de Informação estaremos mais próximos de resolver uma boa parte do problema. No entanto, não nos devemos esquecer que qualquer tipo de nova abordagem que se possa efectuar, terá que se suportar em larga medida, numa base tecnológica robusta e eficiente que nos auxilie neste desiderato, a melhoria do funcionamento da organização escola.
Aquela base tecnológica não pode ser encarada como a panaceia para todos os males da organização escola, mas antes como um passo de gigante para que tal possa vir a suceder num futuro próximo assim, é através da tecnologia, com o seu uso racional e devidamente planeado que todos os processos indissociáveis da actividade educativa poderão conter uma maior eficiência, visto que, sendo aquela tecnologia parte integrante de uma rede de comunicação globalizada, mais rapidamente poderemos obter melhorias na implementação dos processos recorrendo à troca de informação com o meio ambiente e desta forma, incrementar a produção de conhecimento relevante para a organização.
É na comunicação da informação através de redes tecnológicas que poderá estar a chave mestra para a resolução do problema da eficácia dos processos educativos, pois se recorrermos ao trabalho de equipa, que devido ao tipo de funcionamento das redes tecnológicas é fácil e pouco oneroso, mais rapidamente obtemos resultados positivos condizentes com o pretendido. De qualquer maneira, não podemos esquecer uma planificação cuidada. Onde as mudanças de direcção na estratégia escolhida deverão estar consignadas como melhoria de todo o processo, pois deverá haver uma visão contingencial do sistema.


  
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Edição:

N.º 141
Ano 14, Janeiro 2005

Autoria:

Luís Fernando Maurício
Professor em Portalegre
Luís Fernando Maurício
Professor em Portalegre

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