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Educação sexual nos EUA misturam desinformação, religião e preconceito

A maioria das aulas de educação sexual que promovem a abstinência entre os adolescentes americanos contém graves falhas conceptuais, concluiu um relatório encomendado por um congressista democrata.
"O estudo descobriu que pelo menos dois terços destes programas pró-abstinência financiados com verbas públicas baseiam-se em informação equivocada sobre a efectividade dos métodos anticoncepcionais, sobre os riscos do aborto, misturam religião e ciência, tratam dos estereótipos sobre rapazes e raparigas como se fossem factos científicos e contêm erros científicos básicos", aponta o documento nas mãos do representante Henry Waxman, senador pelo Estado da Califórnia.
O presidente dos EUA, George W. Bush, claramente conservador nestes temas, aumentou fortemente os fundos para programas que promovem a abstinência como única forma de proteger os adolescentes das doenças sexualmente transmissíveis e da gravidez indesejada. Para o ano de 2005, o governo americano destinou 170 milhões de dólares para estes programas.
Entretanto, o Vaticano recomendou recentemente o "respeito pela virtude da castidade" e uma conduta sexual "responsável" como meios para evitar a contaminação de Sida por via sexual. Numa mensagem dirigida às conferências episcopais do mundo por ocasião do Dia Mundial contra a Sida, o cardeal mexicano Javier Lozano Barragán, presidente do Conselho pontifício responsável pela pastoral da Saúde, afirmou que o drama da Sida é, como afirmou o papa João Paulo II, uma "patologia do espírito".
"Para combatê-lo de forma responsável, é preciso aumentar a prevenção através da educação, ensinando o respeito pelo valor sagrado da vida e uma prática correcta da sexualidade", disse o cardeal.
O cardeal propõe uma série de iniciativas para combater a Sida e o vírus do HIV, como a redução dos preços dos medicamentos para os doentes e a eliminação da discriminação em relação aos portadores do vírus, recusando, no entanto, o uso de preservativos para combater a doença.


  
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Edição:

N.º 141
Ano 14, Janeiro 2005

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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