Tatiana tem seis anos. E "anda de um lado para o outro". Ora com as tias ora com a avó. Maria Gabriela foi com a neta até à Escola Básica 2,3 André Soares, em Braga. Procurava saber na sede do agrupamento da escola que Tatiana vai frequentar quando começarão as aulas. "Ainda por cima o ATL só abre quando começarem as aulas?", queixa-se. O 1º ano da Escola Básica de 1º ciclo de São Lázaro ainda não arrancou por falta de professores. Para ocupar esses lugares ainda vagos foram chamados à escola, por uma circular enviada pelo Ministério da Educação (ME), todos os professores que nela leccionaram no ano lectivo anterior para darem aulas às "suas" turmas. Na solução encontrada parece estar o problema. Num ciclo onde se criam laços afectivos estreitos com os professores torna-se difícil este reencontro antes da despedida. "Tenho o caso de um professor que não quer ficar com a turma que tinha porque lhe custou deixar os alunos no fim do ano e não quer estar oito dias com eles e ir embora", conta Maria da Graça Carvalho, presidente do agrupamento André Soares, Braga. Uma situação que confessa ser "complicada em termos afectivos mas também pedagógicos". É que no 1º ciclo o professor trabalha em grupo de ano. Para realizar o projecto de turma e as planificações é necessário reunir todos os professores das EB1 que compõem o agrupamento. "E é esse trabalho que já não se vai fazer com a mesma eficácia", lamenta Maria da Graça Carvalho. O cenário no Pré-Escolar é idêntico. Segundo Gina Esteves, Educadora destacada no Conselho Executivo, "os Jardins de Infância que estão a funcionar estão a fazê-lo de modo precário", graças à demora com a colocação de educadores. Tudo fruto de "uma grande irresponsabilidade do ministério". À qual a não está alheia a "acomodação dos pais" critica a educadora. "Deveriam mostrar a sua insatisfação ao ministério da Educação e não só aos professores e educadores", conclui.
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