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Presidente brasileiro afirma que "a pior arma de destruição maciça é a miséria"

POBREZA

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva apelou recentemente a dezenas de chefes de Estado e de governo, reunidos na sede da ONU, em Nova Iorque, para a formação de uma frente global contra a pobreza e a fome no mundo.
"O maior escândalo não é a existência da fome, mas o facto de ela ainda não ter sido erradicada quando dispomos dos meios para fazê-lo. O tempo de agir chegou", afirmou Lula na "Declaração de Nova Iorque contra a fome e a pobreza", documento assinado por 113 países.
Antes da intervenção de Lula da Silva, o presidente francês Jacques Chirac afirmou que "uma globalização que tolere a depredação e que os seus frutos sejam dominados por uma minoria não tem futuro".
O encontro foi organizado pelos chefes de Estado do Brasil, Chile, França e Espanha e realizou-se um dia antes da abertura da 59ª Assembleia Geral da ONU. No encontro foi analisado um relatório técnico sobre as medidas necessárias para o cumprimento dos Objectivos do Milénio, celebrado em 2000, entre os quais o de reduzir para metade a pobreza no mundo até 2015. Este objetivo poderá não vir a concretizar-se por falta de vontade política, disse Lula.
Entre as sugestões citadas pelo relatório técnico está a criação de um imposto internacional contra a pobreza. "A meta de uma globalização mais justa só pode ser alcançada se os recursos estiverem disponíveis em grande escala", refere o documento. O relatório dos especialistas admite que a proposta do imposto é polémica e politicamente inviável no momento, mas pede que a comunidade internacional comece a discutir seriamente a criação do imposto.
"Os desafios e dilemas de nossa sociedade planetária exigem soluções integradas e vontade comum. Precisamos de globalizar os valores da democracia, do desenvolvimento e da justiça social para dar resposta ao preocupante déficit de governação mundial. São esses valores que contribuirão para dar outro sentido à segurança colectiva, reduzindo a ameaça do terrorismo e das armas de destruição maciça", afirmou Lula na ocasião.


  
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Edição:

N.º 138
Ano 13, Outubro 2004

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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