SAÚDEOs fumadores morrem habitualmente dez anos mais cedo do que os não fumadores, revela o estudo mais longo já realizado sobre os riscos do tabagismo - completa 50 anos esta semana -, conduzido pelo professor Richard Doll, da Universidade de Oxford, cujas conclusões foram publicadas recentemente em Londres pelo British Medical Journal. O estudo, que estabeleceu uma relação definitiva entre o cancro de pulmão e o consumo de tabaco, foi conduzido junto de 34.439 fumadores britânicos do sexo masculino, questionados sobre os seus hábitos tabagistas e de saúde em intervalos regulares ao longo dos anos de 1957, 1966, 1971, 1978, 1991 e 2001. Uma das principais conclusões do estudo refere que abandonar o consumo de tabaco aos 60, 50, 40 ou 30 anos permite ganhar, respectivamente, três, seis, nove ou dez anos de vida. Assim, quem pára de fumar aos 50 anos reduz o risco estatístico de morte prematura pela metade e se o faz aos 30 quase elimina este risco. "Nas últimas décadas, a prevenção e a melhoria no tratamento das doenças reduziu as taxas de mortalidade dos idosos não fumadores na Grã-Bretanha", disse em comunicado Doll, sublinhando, porém, que ?estas melhorias foram completamente anuladas pelos riscos cumulativos do tabaco entre aqueles que continuaram a fumar", afirmou. O estudo expôs os riscos particularmente enfrentados pela geração britânica que viveu durante a Segunda Guerra Mundial. Os homens nascidos por volta de 1920 e que nunca deixaram de fumar corriam um maior risco de morte prematura, com cerca de dois terços deles a falecerem em consequência do consumo de tabaco. Uma das razões para esta prevalência, explica Doll, deve-se ao facto de as forças armadas britânicas terem fornecido durante esse período cigarros mais baratos aos jovens recrutas, encorajando dessa forma um vício prematuro e intensivo.
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