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É hora de dizer ?Alto!?

Este 1º de Maio vai ter lugar quando decorre um assalto anti-operário em toda a linha, lançado pelos capitalistas, apoiados no seu governo PSD/PP. É importante que os trabalhadores saiam às ruas em massa para afirmar ?Não estamos dispostos a suportar mais as prepotências dos capitalistas, queremos mudar de vida?.
Têm razão os que se sentem insatisfeitos com a rotina em que o movimento sindical tem transformado desde há bastantes anos a data do 1º de Maio: um pacato desfile, a terminar num comício-espectáculo em que os dirigentes enumeram do alto da tribuna a lista das reivindicações e acabam reclamando ?um novo governo, uma nova política?, quando todos sabemos que o ?novo governo? que entrar praticará a mesma política ? a que serve os interesses dos capitalistas.
Não basta reclamar só um novo governo se o movimento operário não der um grande ?empurrão? que faça os burgueses perceber que não podem continuar a espezinhar-nos impunemente.
O 1º de Maio não é só um dia de celebração e de festa, é sobretudo uma jornada de luta. Foi como jornada de luta do Trabalho contra o Capital que o 1º de Maio nasceu nos Estados Unidos, no calor da revolta contra a repressão violenta de uma greve geral, em que uma dezena de grevistas foram assassinados a tiro pela polícia e quatro dirigentes operários vieram a ser um ano mais tarde enforcados sob acusações falsas ? os ?mártires de Chicago?.
Foi com um 1º de Maio de luta que em 1919 30.000 trabalhadores concentrados em Lisboa arrancaram ao governo republicano o decreto das 8 horas de trabalho. Foi de luta o 1º de Maio de 1962, quando dezenas de milhares de operários e jovens se manifestaram em Lisboa, no Porto, no Alentejo, contra a miséria e a guerra colonial, desafiando a polícia fascista, que nesse dia fez 3 mortos. Foi de festa pelo fim do fascismo mas sobretudo de luta o 1º Maio de 1974, em que um milhão de trabalhadores nas ruas fizeram do golpe dos capitães o começo de uma grande transformação do país.
No dia 1º de Maio vamos tornar claro que os trabalhadores exigem os seus direitos. Os capitalistas não podem viver sem nós. Nós ficaremos muito melhor se nos livrarmos do capitalismo.


  
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Edição:

N.º 134
Ano 13, Maio 2004

Autoria:

João Medeiros
Economista, Professor do Ensino Secundário
João Medeiros
Economista, Professor do Ensino Secundário

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