Um grupo de cientistas internacionais pediu à Organização das Nações Unidas que permita a regulamentação da clonagem de células de embriões humanos para investigação médica e rejeite a proposta de proibição global da clonagem humana. Os cientistas alertam que uma proibição total da clonagem humana, proposta no ano passado pela Costa Rica e pelos Estados Unidos à ONU, ameaça acabar com a investigação que pode levar à cura de males como o cancro, doenças hepáticas, desordens no sangue ou lesões vertebrais. "Não queremos uma liberdade absoluta irresponsável, somos favoráveis a regras", disse Bernat Soria, professor da Universidade de Elx, em Espanha, acrescentando que uma proibição total, sem distinções, poderia ajudar paradoxalmente à disseminação da investigação ilícita e à criação de laboratórios clandestinos. "Sou completamente contrário à clonagem reprodutiva e penso que deve ser traçado um limite claro entre esta e a clonagem terapêutica?, disse Soria. Países como a Grã-Bretanha, o Canadá e a França procuram encontrar um equilíbrio entre o temor de que o rápido crescimento da tecnologia genética possa permitir a reprodução humana e a utilização de clonagem limitada de células indiferenciadas na busca de novos tratamentos. Por sua vez o investigador suíço Alois Gratwohl sugeriu a criação de uma agência internacional da ONU que pudesse exercer um controlo sobre os laboratórios de forma a garantir que eles não estariam a trabalhar com clonagem reprodutiva, à semelhança do que acontece com as instituições internacionais que supervisionam o fabrico de armas químicas ou nucleares.
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