Página  >  Edições  >  N.º 131  >  Anatomista alemão processado por uso de cadáveres em exposições

Anatomista alemão processado por uso de cadáveres em exposições

O anatomista alemão Gunther von Hagens poderá ser submetido a uma investigação judicial por ter utilizado cadáveres de condenados à morte na China nas suas polémicas exposições internacionais, informaram as autoridades da cidade de Heidelberg, que investigam as denúncias.
Hagens reconheceu numa entrevista à revista Der Spiegel que a sua equipa de colaboradores negociou na China a entrega de 647 corpos que deveriam ser vendidos a universidades ou exibidos na sua exposição. Aquela publicação fez referência na sua reportagem ao facto de os corpos terem sido obtidos, em parte, de forma ilegal, já que entre os cadáveres estavam os de dois jovens, entregues em dezembro de 2001, que foram executados com um tiro na nuca.
A representante do ministério público de Heidelberg, Elke O'Donoghue, disse que solicitou a colaboração judicial das autoridades chinesas para esclarecer os factos. Ao mesmo tempo emitiu uma ordem de prisão contra Hagens por usurpação do título de professor, que não lhe é reconhecido na Alemanha.
Os cadáveres, "plastificados" para as exposições segundo uma técnica inventada pelo próprio Hagens, eram provenientes de duas cadeias, uma para presos políticos e outra que funcionava como campo de trabalhos forçados, na cidade chinesa de Dalian.
Apesar da polémica que habitualmente envolve o trabalho deste artista alemão, quase 14 milhões de pessoas visitaram as suas exposições na Europa e na Ásia.


  
Ficha do Artigo
Imprimir Abrir como PDF

Edição:

N.º 131
Ano 13, Fevereiro 2004

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

Partilhar nas redes sociais:

|


Publicidade


Voltar ao Topo