A Associação Académica de Coimbra (AAC) considera que o Orçamento de Estado para 2004, em particular no que toca ao orçamento nominal para o ensino superior, é um orçamento de não crescimento. No que toca ao orçamento real entendemos que ele terá de ser visto a partir da avaliação de outras condicionantes, como a inflação e a questão salarial da carreira docente e não docente, que representará um défice na ordem dos 3%. No que toca à acção social escolar, que me parece a área mais significativa, a ministra do Ensino Superior veio dizer que existe um aumento significativo - cerca de 12% -, o que na nossa opinião é algo de completamente contraditório quando se avalia o crescimento ao longo dos últimos anos e, principalmente, face ao ano de 2003. de facto, existe um aumento homólogo entre este ano e o próximo, mas se compararmos 2003 com 2002 chegamos à conclusão de que houve uma redução de 20% nesta área. Isto significa que se fizermos uma comparação directa entre o ano lectivo de 2002 e o de 2004 temos ainda um défice de 8% no que toca à Acção Social Escolar. Este orçamento vai necessariamente reflectir-se na qualidade das instituições de ensino superior. No que se refere concretamente à Universidade de Coimbra, e apesar de estar previsto um aumento das verbas do PIDDAC no sentido de tentar colmatar algumas das suas principais lacunas, continua a faltar dinheiro para o investimento e desenvolvimento da instituição no que toca à qualidade de ensino. Em termos gerais, a AAC considera negativa a sucessiva política de desresponsabilização económica por parte do Estado, e neste caso do governo, face a uma área fulcral para o desenvolvimento do país.
(Depoimento retirado de entrevista)
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