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A problemática eliminação de Arafat

As poderosas armas das Forças Armadas de Israel já estão apontadas a Yasser Arafat. Telavive diz que é preciso ?eliminar o eleito líder da Autoridade Palestiniana. O termo foi escolhido para ser ambíguo, mas alguns ministros do Governo de Israel não escondem a opção da eliminação física de Arafat. A tiro, presume-se.
George W. Bush  considerará, seguramente, uma tal opção problemática .
Sharon fala em exilar Arafat... Mas um tal exílio empurraria  o líder palestiniano para um périplo mundial com mais força do que a aprovação, pela Assembleia das Nações Unidas, de uma condenação de Israel por esta política.
Neste contexto, a ideia de assassinar Arafat (tão criminosa como a ideia de assassinar seja quem for), até aqui bandeira de uns quantos fanáticos de extrema direita, começa a insinuar-se, na comunicação social de todo o Mundo, como uma possibilidade, pelo menos a médio prazo. Parece ser uma questão de tempo.
Surgirá como retaliação contra um potencial grande ataque suicida em Israel? Surgirá quando a atenção do Mundo estiver mobilizada para outros conflitos? Surgirá se algo tão grave como o ataque terrorista às Torres Gémeas de Nova York voltar a atingir os Estados Unidos da América e o Ocidente?
O possível assassínio de Arafat, a concretizar-se como sonham alguns políticos israelitas, será também a morte da ténue esperança de paz que ainda sobrevive no conflito que se arrasta desde 1948. O possível assassínio de Arafat fará voltar tudo à estaca zero. Palestina ou Israel, sem qualquer compromisso.
Neste regresso à rotina desta aventura da vida, as perspectivas de paz estão ainda mais negras de que quando partimos para férias. Assassinar Arafat não será missão difícil para uma potência militar como Israel. Difícil será que tal crime traga algo de bom para o Mundo.
Equacionar esta perigosa situação, que pode arrastar o Mundo para um conflito de consequências imprevisíveis, é tarefa indispensável para quem quer, efectivamente viver em paz e no respeito tolerante da convivência com todos os companheiros desta aventura da vida: negros, árabes, arianos, índios, emigrantes, ciganos, asiáticos e hispânicos ou até imigrantes com i.


  
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Edição:

N.º 127
Ano 12, Outubro 2003

Autoria:

João Rita
Jornalista, Porto
João Rita
Jornalista, Porto

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