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Proposta irrecusável sobre o Iraque

O Conselho de Segurança da ONU  levantou, no passado dia 22, as  sanções há 13 anos impostas ao Iraque  e concedeu às forças norte-americanas e britânicas mandato para controlar a economia e o futuro político do país.  Dos 15 estados com assento no Conselho de Segurança, só a Síria, por ausência, não votou a favor.
A resolução aprovada concede às forças de ocupação norte-americanas e britânicas o controlo político e económico  do Iraque, em condições mais favoráveis  do que as previstas na Convenção de Genebra para as potencias de ocupação. França, Rússia e Alemanha  votaram favoravelmente a proposta americana.
Com o apoio da França, que finalmente volta ao ?bom caminho?, para citar um comentário de um alto funcionário da administração norte-americana, a resolução (1493) prevê a criação de um Fundo de Desenvolvimento para o Iraque, a gerir pelo Banco Central iraquiano sob supervisão norte-americana e britânica, com as receitas petrolíferas do país.
Nos termos desta proposta, tal fundo servirá para alimentar e tratar o povo iraquiano, para reparar as infra- estruturas destruidas pela invasão e para financiar o projecto de " continuação do desarmamento do Iraque?, o levantamento de uma nova administração civil e ?outros projectos em benefício do povo iraquiano".
No seu rancho texano de Crawford, o presidente norte-americano George W. Bush mandou dizer que ?estava muito reconhecido por toda a gente estar unida para levantar as sanções contra o povo iraquiano, que já sofreu demasiado". Para Bush tal acordo ?vai ajudar os iraquianos a restabelecer os estragos causados ao país por Saddam Hussein".
O consenso obtido nas Nações Unidas em torno desta proposta para o Iraque deve-se, segundo muitos observadores, ao facto dela ter sido apresentada pelos Estados Unidos de uma forma verdadeiramente irrecusável. ?É um ponto de partida para melhorar as condições de vida dos iraquianos?, disse o alemão Joschka Fisher. É "um bom sinal do regresso da questão iraquiana ao regaço das Nações Unidas? disse o russo Dimitri Rogozine.
Até ao momento estão por descobrir as armas de destruição massiva que o regime  de Bagdad possuiria e que determinaram a invasão e a ocupação militar do Iraque.


  
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Edição:

N.º 124
Ano 12, Junho 2003

Autoria:

João Rita
Jornalista, Porto
João Rita
Jornalista, Porto

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