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Língua inglesa conquista a Europa central

Desde a dissolução do bloco comunista que a Europa Central abriu as portas para a língua inglesa. Seja para conseguir um emprego ou navegar pela internet, todos querem aprender a língua de Shakespeare. Obrigatório na época comunista, "o russo cedeu terreno para o inglês e para o alemão", explica Hans Juergen Krumm, professor da Universidade de Viena e coordenador de um estudo sobre o ensino de idiomas na Europa Central.
As conclusões de Krumm não deixam margem para dúvidas: na República Checa e na Hungria o russo praticamente desapareceu do ensino secundário, na Eslováquia é ensinado em apenas em 1,4% das escolas deste nível de ensino e na Polónia só um estudante do ensino secundário em cada dez opta actualmente pelo russo, quando em 1992 essa proporção era de um para três. O russo mantém apenas uma forte presença nos países bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia), cuja maioria da população fala a língua.
"O inglês passou a ser o idioma predominante. É a língua da globalização económica e das organizações internacionais, sendo natural que se esteja a impor na Europa central tal como já aconteceu na Europa ocidental", explica Krumm. De acordo com as últimas estatísticas, o inglês ultrapassou mesmo o alemão e a taxa de estudantes do ensino secundário que aprendem inglês varia agora entre os 50% e os 80%.
"Depois de 1989, a demanda do alemão aumentou, mas desde 1995 que se registou um novo retrocesso", afirma Krumm, acrescentando que o alemão ocupa um "sólido segundo lugar", depois do inglês, por razões essencialmente históricas: é a língua do país vizinho membro da União Europeia e porque oferece oportunidades profissionais" graças aos investimentos alemães na região.
Rudolf De Cillia, também professor da Universidade de Viena, estima que as outras línguas europeias só terão futuro numa Europa ampliada se a União Europeia se comprometer firmemente com um projeto multilingue. "A multiplicidade de línguas é um elemento importante do património europeu, e é hora de reagir para defendê-lo".


  
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Edição:

N.º 122
Ano 12, Abril 2003

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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