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Para dizer NÃO!

No III Foro Social Mundial levado a cabo recentemente, foi acordado que em 15 de Fevereiro, todos os movimentos sociais deveriam organizar-se para fazer parte de uma grande manifestação mundial contra a Guerra.

Foi decidido que um texto do escritor Uruguaio Eduardo Galeano, escrito especialmente para a Rede Internacional de Movimentos Sociais, seria lido nas manifestações  organizadas.

O presidente do planeta anuncia o seu próximo crime, em nome de Deus e da democracia. Assim calunia Deus. E calunia, também, a democracia, que com muitas dificuldades tem sobrevivido no mundo, apesar das ditaduras que os Estados Unidos vêm apoiando em todo o planeta, desde há mais de um século.

O Governo de Bush, que mais do que um governo parece um oleoduto, precisa de se apoderar da segunda maior reserva mundial de petróleo, que jaz no subsolo do Iraque. Além disso, necessita de justificar os seus enormes investimentos e gastos militares e precisa de exibir no campo de batalha, os últimos modelos da sua indústria armamentista.

É disso que se trata. O resto, são pretextos. E os pretextos para esta próxima carnificina ofendem a sensibilidade e a inteligência. O único país que usou armas nucleares contra populações civis, o país que fez detonar as bombas atómicas que aniquilaram Hiroshima e Nagasaki, pretende convencer-nos de que o Iraque, actualmente, é um perigo para a humanidade. Se o presidente Bush ama tanto a humanidade, e se quer realmente conjurar a ameaça mais grave que a humanidade enfrenta, porque não se bombardeia a si mesmo, em vez de planear o extermínio de populações inocentes?

No dia 15 de Fevereiro, imensas manifestações invadiram as ruas de centenas de cidades do mundo. Milhões de pessoas desceram às praças e às ruas, para dizer NÃO à Guerra. A humanidade está farta de que um bando de assassinos, a usem a seu bel prazer. E está farta de chorar a destruição e a morte após cada Guerra. Desta vez quer impedir a Guerra que para servir interesses mesquinhos, não se importa de destruir bens e culturas, e de matar centenas de milhares de pessoas inocentes.

Juntos vamos parar a Guerra. Mas se ela acontecer, juntos, é nosso dever de cidadãos, fazer pagar um preço alto e expulsar dos Governos quem a fizer ou apoiar.

Adaptação: jps


  
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Edição:

N.º 121
Ano 12, Março 2003

Autoria:

José Paulo Serralheiro
Professor e Jornalista. Director do Jornal a Página da Educação.
José Paulo Serralheiro
Professor e Jornalista. Director do Jornal a Página da Educação.

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