Velhos
Ser velho é coisa má!
Se quem o diz não o é
qu'espere por chegar lá.
Ser velho é ter vivido,
vivido sabendo dar/até ao recém nascido
calor, amor e esperança
temperados de lembrança
que teima em ser presente.
Um presente é p'ra fruir,
construir e explorar.
Aquele que o recebe
tem o dever de estimar
e, em troca, saber dar.
É preciso saber:
O envelhecimento da população no mundo de hoje não tem paralelo na história. O
aumento percentual no número de pessoas idosas, com 60 anos ou mais, é
acompanhado pela queda no número de jovens com menos de 15 anos.
Até 2050, o número de idosos no planeta excederá o de jovens, pela primeira vez
na história da humanidade. Em 1950, as pessoas idosas representavam 8% da
população; em 2000, representavam 10% e, segundo as projecções, até 2050,
deverão corresponder a 21%. A grande maioria diz respeito à Ásia seguindo-se a
Europa, onde representam 24% da população. Hoje, a idade mediana do mundo é de
26 anos. Prevê-se que, até 2050, a idade mediana aumente para 36 anos.
Envelhecer é um problema? Claro que não! É uma das maiores conquistas da
humanidade no século XX. Mas como todas as revoluções, implica mudanças
importantes em muitos sectores da acção política referentes a trabalho, saúde,
protecção social, urbanismo e muitas outras esferas da vida social.
(Segunda Assembleia Mundial sobre Envelhecimento - Madrid, de 8 a 12 de Abril
de 2002)
A Organização das Nações Unidas pretendeu que desta iniciativa saísse um Plano
Revisto de Acção Internacional sobre o Envelhecimento atendendo
a que a humanidade estará plenamente consciente de que o envelhecimento da
população mundial é um traço característico e um problema fundamental do século
XXI. Vinte anos atrás, aquando da Primeira Assembleia Mundial em Viena, fora
dada grande atenção ao envelhecimento nos países desenvolvidos. Mas, em 2002 a
maior parte da população idosa viverá nos países em desenvolvimento, pelo que
será mais difícil para o quadro institucional e para muitos governos manter o
desenvolvimento de sociedades que envelhecem e assegurar o bem estar na
velhice.
Em virtude da crescente preocupação pelas rapidez e a magnitude actuais do
envelhecimento no mundo e a sua intensificação futura, deverão ser
(re)examinadas as reais necessidades das pessoas idosas e avaliadas a grande
força dessa população e a sua repercussão no desenvolvimento sustentável.
O Plano de Acção de 1989 foi um ganho notável, as suas recomendações eram
ajustadas fundamentalmente às necessidades e circunstâncias do mundo
desenvolvido, onde se evidenciavam os sinais mais visíveis das mudanças
demográficas nessa época; dois decénios mais tarde, em virtude do
extraordinário crescimento da população mundial de idade avançada e o acelerado
ritmo do envelhecimento demográfico nos países em desenvolvimento, a questão do
envelhecimento deslocou-se para o centro do debate público alargado.
Assim, no projecto revisto não se separaram os países em desenvolvimento,
desenvolvidos e em transição. Sendo evidente que há questões e problemas
próprios de determinados países e regiões, existem profundas diferenças dentro
das mesmas fronteiras. De facto, a mudança e a transição figuram hoje entre as
características mais claras dos países, das regiões e de toda a comunidade
mundial. As regiões são cada vez mais heterogéneas, agora que as comunicações
chegam a uma massa mais crítica e ligam pessoas e culturas de todo o mundo, o
que torna cada vez mais difícil, se não pernicioso, considerar que existem
grupos de questões concretas que podem aplicar-se universalmente a blocos de
países. Qualquer Plano de Acção deve ser um recurso para aqueles que planificam
a política e para todos os interessados. Deverá ajudar os detentores do poder
na elaboração de planos práticos de modo a serem criadas novas e melhores
condições para fazer frente, de forma adequada, às diversas questões colocadas
pelo envelhecimento. Deverá servir de referência para melhorar e manter a
qualidade de vida das pessoas idosas, nomeadamente nos países com economias em
transição. Se bem que o Plano não possa criar um processo de organização eficaz
em cada país, pode enriquecer o alcance e a capacidade do processo, habilitando
os primeiros responsáveis a discernir novos modelos, impugnar antigas teses e
sintetizar novas articulações de ideias.
É imperioso que a questão do envelhecimento seja incorporada nos programas
nacionais passando a ser parte integrante do processo de desenvolvimento, a
todos os níveis, de todas as sociedades.
É preciso agir:
Conhecendo, reflectindo criticamente, denunciando e apresentando propostas.
Materiais de trabalho (entre outros) em Portugal, país da União Europeia, na
segunda metade de 2002: Lei de Bases da Segurança Social, Lei de Bases da
Família, Código Laboral.
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