O consumo diário de uma nova classe de medicamento
anticolesterol, as estatinas, poderá reduzir "pelo menos em um terço"
o índice de acidentes cardiovasculares graves (enfartes e apoplexias)
- principal causa de mortalidade nos países desenvolvidos -, revela a
revista médica britânica The Lancet. Até ao presente, as
estatinas eram prescritas somente às pessoas que sofriam de problemas
cardíacos e apresentavam um índice excessivo de colesterol. Mas
o estudo HPS (Heart Protection Study), realizado na universidade de Oxford,
na Grã-Bretanha, sob direcção do professor Rory Collins,
demonstra que este tipo de medicamento reduz também o risco de enfarte
e de acidente vascular cerebral em pessoas portadoras de diabetes e artrites.
"O estudo evidencia os benefícios substanciais da ingestão
de estatina por pacientes considerados com altos riscos cardiovasculares, mas
que têm um colesterol "normal" ou "baixo"', assinala
o artigo da Lancet. Além disso, refere o chefe da redacção
da Lancet, Richard Horton, no editorial que acompanha o artigo sobre a pesquisa,
ele "proporciona provas definitivas de que as recomendações
de tratamento em vigor devem ser suprimidas e substituídas a fim de que
este medicamente possa ser receitado a qualquer paciente de risco, quaisquer
que seja a sua taxa de colesterol",.
O estudo HPS, o mais importante jamais realizado sobre este te, baseou-se num
grupo de 20 mil pessoas, entre as quais 6 mil diabéticos e 10 mil mulheres
com mais de 65 anos. A pesquisa consistiu em dar à metade dos pacientes
40 mg diários de estatinas durante cinco anos, ao passo que a outra metade
recebia um placebo. O estudo foi realizado com simvastatina, a estatina comercializada
com o nome de Zocor pelos laboratórios Merck Sharp and Dohme.
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