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Privilégio de bruxo

Meu caro Luís Souta!

Com o privilégio dos bruxos, li o texto que vai publicar nesta mesma página e não resisto à tentação de lhe dizer que, no Porto, há uma escola C+S, de grande prestígio, pelo menos para os lados do Campo Vidal Pinheiro, que marca têpêcê (TPC, isto é, trabalhos para casa) na disciplina de "Estudo Acompanhado". Talvez seja para permitir que as crianças realizem o tal trabalho individualizado e autónomo, de treino, pesquisa ou simples estudo, nem sempre possível na escola...Adiante.
O tal privilégio dos bruxos permitiu-me ler uma das fichas têpêcê, aparentemente destinada a testar a memória dos alunos, cujo texto a memorizar deveria, no meu fraco entender, entrar para uma possível antologia de têpêcês clássicos em Estudo Acompanhado. No texto diz-se, e muito bem, que o "cantinho do estudo" deve ser sempre o mesmo, isolado, silêncioso (o mais afastado possível da televisão), bem iluminado, de preferência com luz natural (ou então, artificial, com uma lâmpada ambiental e outra, mais próxima, azulada), com uma temperatura amena, fácil de arejar e mobilado adequadamente.
Mesmo com o privilégio dos bruxos, não consigo ver a reacção dos alunos de famílias numerosas que vivem em T2, num prédio onde a humidade já se instalou há muito, condicionados por um orçamento mais apertado do que o próprio apartamento... Isto para não referir situações ainda mais carenciadas. Haja Deus.

Subscrevo-me respeitosamente
Bruxo Leante


  
Ficha do Artigo
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Edição:

N.º 107
Ano 10, Novembro 2001

Autoria:

João Rita
Jornalista, Porto
João Rita
Jornalista, Porto

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