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O Centro de Música Tradicional Sons da Terra foi criado em setembro de 2001, em Sendim, como organismo de acção e intervenção cultural consagrado ao estudo e divulgação das músicas e cantos da tradição oral, com particular incidência no Nordeste Transmontano. Recolher as recolhas e recolher o que ainda não foi recolhido; reunir esforços e contributos; aglutinar vontades e suscitar discussões alargadas tanto quanto possível; estimular o gosto pela causa cultural activa; incentivar a realização de eventos que contribuam para a divulgação e para a valorização da cultura tradicional; estabelecer parcerias com organismos e instituições públicas e privadas no sentido de potenciar as funcionalidades disponíveis – são alguns dos objectivos. Arquivo e memória, por um lado, mas foco dinamizador e irradiador de uma praxis cultural concertada, por outro: instalado in situ, actua em tempo real e em estreita ligação e cooperação com as gentes da terra e com todas as forças vivas da cultura e do associativismo. Mas também como fonte de recurso para estudiosos, quer individualmente quer integrados em organismos universitários e afins, com particular relevância para os estudantes de áreas do conhecimento associadas à cultura tradicional. Que, no caso vertente, sendo de expressão transmontana deverá, naturalmente, não negligenciar ou esquecer ancestrais ligações com outras expressões (minhota e beirã, sobretudo) e afinidades com manifestações de outras latitudes geográficas (castelhana, leonesa, asturiana e galega). Até porque, como dizia Miguel Torga, uma pátria é um contexto de afinidades. Um centro vivo e a trabalhar em estreita ligação com as forças locais e regionais, adequadamente estruturado e financeiramente sustentado (quer por capitais próprios, quer por apoios de entidades oficiais, mas sempre sujeito aos mecanismos de avaliação de desempenho), de molde a poder exercer as suas funções e a alcançar os objectivos que se propõe sem sufocos nem estrangulamentos, com seriedade e continuidade, com credibilidade e com uma gestão funcional transparente em termos de utilização dos dinheiros públicos.
3.165 horas de recolhas em CD (216 registos editados; 461 não editados) 69.286 registos fotográficos, dos quais 1.759 de José de Melo, 776 de José Meirinhos e 452 do padre António Maria Mourinho 7.220 fonogramas, entre discos compactos (CD), discos de vinil e cassetes 7.082 livros sobre música, etnografia e antropologia (4.934), literatura (1.098), política (175), história (724), filosofia (39) e livros digitais (112) 227 arquivos em suporte vídeo
Mário Correia
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