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Os Imigrantes

Integrar os Imigrantes é uma tarefa por um lado complexa, por outro ingrata. É algo que nos deixa perplexos mas tem de ser feito. Não podemos querer escravos ou marginalizados, cidadãos no desespero porque nem são cidadãos. País de Emigrantes, é  a mais elementar moral que nos interpela; não é a polícia, ou diferentes tipos de polícia que podem resolver os problemas da Imigração. Não interessa ao cidadão comum a exploração de ninguém, que depois, furioso, é contra ele que se volta. Sim, porque outros há com um batalhão de guarda-costas... Mas integrar os Imigrantes implica respeito, para neles criar gosto por este Portugal envelhecido. Não se gosta do que nos agride, não é? Não precisamos de expulsões; não podemos tolerar o intolerável, que um país, um dia, treslendo e achando-se rico, se julgue também no direito de maltratar os outros.  Porque ser cidadão não é apenas gostar da cor de uma bandeira, saber um Hino; não é só ser recebido por um Governo, um Estado, uma Nação, um País, um Povo; é também gostar dos rios, das montanhas, do Sol e das praias; da comida, da fruta, das gentes. Ser Cidadão é também querer pertencer, é querer ser cidadão. Não é só algo jurídico; é, e isso é fundamental, um acto individual de entrega, que não cabe na Lei. Falamos assim de um esforço de entendimento, daquelas coisas a que os docentes se habituaram. E venha daí a Educação!


  
Ficha do Artigo
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Edição:

N.º 121
Ano 12, Março 2003

Autoria:

Carlos Alberto Mota
Univ. de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Vila Real
Carlos Alberto Mota
Univ. de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Vila Real

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