(AFP.html">AFP) Da insegurança aos resultados medíocres dos alunos, passando pelas diferenças sociais e raciais, as escolas públicas dos Estados Unidos revelam insuficiências crónicas. "O sistema escolar dos Estados Unidos está descentralizado de forma extrema: não temos critérios comuns de avaliação de alunos a nível nacional, não existem regras unificadas sobre a forma de vinculação dos professores, que variam de um estabelecimento para outro", diz Jack Jennings, director do Centro para Políticas Educativas, em Washington, um organismo independente de pesquisas sobre o ensino público. "Nestas condições, confrontamo-nos com uma grande variedade de situações, podendo encontrar-se escolas excelentes e escolas muito más, situadas uma ao lado da outra. Temos um dos sistemas menos equitativos do mundo", explica este especialista. O sistema escolar norte-americano (primário e secundário) possui actualmente cerca de 50 milhões de alunos, dos quais 90% frequenta escolas públicas, segundo os números oficiais. Segundo estudos recentes, o nível dos alunos e da qualidade do ensino público nos Estados Unidos é questionável. Um relatório publicado em Dezembro do ano passado pelo Departamento de Educação revela, por exemplo, que os estudantes dos Estados Unidos estão atrás em matemática e ciências em relação a vários países da Ásia e da Europa. Segundo um outro estudo, publicado em Setembro de 1999 pelo Centro Brown sobre Educação, pertencente ao Instituto Brookings, de Washington, os actuais alunos norte-americanos não lêem melhor do que os seus antecessores dos anos 60. Porém, a estes problemas de qualidade deve acrescentar-se uma enorme disparidade entre os resultados: o nível médio de um aluno negro ou de origem hispânica ao terminar o ciclo corresponde ao alcançado, em média, pelos estudantes brancos da quarta classe. "Isto é inaceitável" declarou a este propósito o senador democrata Joe Lieberman, que foi candidato à vice-presidência de Al Gore, à rede de televisão ABC, citando os estudos recentes que revelam essas informações. Embora exista consenso político em torno da necessidade de melhorar o sistema de ensino, os mecanismos para fazê-lo diferem profundamente entre os que defendem grandes investimentos no sistema público e aqueles, que como o próprio presidente George W. Bush, privilegiam a avaliação de resultados e a transferência de alunos para o ensino privado. Bush propôs recorrer ao que denomina "cheques para educação", para ajudar as famílias com filhos em idade escolar a financiar sua passagem para institutos privados. Bush também propôs que os educadores e os estabelecimentos prestem contas sobre os seus resultados. A degradação do sistema educacional primário e secundário reforça, em todo caso, a brecha existente entre a educação pública e a privada e, inclusive, o ensino em casa, que aparece cada vez mais favorecido nos lares norte-americanos. Todos os direitos de reprodução e de representação reservados. @ 1999 Agence France-Presse AFP.html">sobre @ da Agence France-Presse
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