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"AREAS":
A ANTROPOLOGIA EM REVISTA

A partir de uma publicação espanhola, a antropóloga Beatriz Ruiz e o historiador José Maria Cardesín coordenaram um debate global sobre a antropologia. Global pelo marco interdisciplinar que se adopta: uma revista que se apresenta como um objectivo central - dinamizar o diálogo entre historiadores e o conjunto das ciências sociais. Também porque tenciona superar as limitações inerentes às tradições nacionais, convocando especialistas de Espanha, Portugal, França, México e Estados Unidos. Finalkmente, porque esta monografia apresenta uma análise global da "antropologia hoje": "antropologia do hoje"sobre questõesque são relevantes não sópara o mundo académico como também poara o conjunto social. A partir de propostas teóricas e metodológicas relevantes, que respeitam o equílibrio entre reflexão teórica e análise empírica, entre o regresso aos clássicos e o trabalho de campo: tendo tanto do positivismo como da "grande teoria".
A partir de uma linha comum, o estatuto científico da antropologia e o distanciamento de posições pós-modernas, os diferentes autores abordam o estatuto científico da "verdade" em antropologia e a tensão entre a ciência e a história (Jean Luc Jamard); as questões metodolóicas, em concreto a lista das histórias de vida (Hans e Judith Buechler); e a análise da prática profissional dos antropólogos e a incidência dos contextos nacionais (DavYd Greenwood; Carmen Viqueira). Especial atenção se dedica ao problema da construção de identidades, sejam estas de género (Teresa del Valle), nacionais (Alberto Galvan), ou as culturas do trabalho quye estuda Isidoro Moreno. Outra questão central a muitos artigos é o problema das escalas de análise e a articulação entre global e local, seja no que se refere à exclusão social (Ubaldo Martinez Veiga) ou à organização do território (José Maria Cardesin). Propõe-se um replantar da antropologia económica, através do estudo da alimentação (Elena Espeitx e Mabel Gracia); mediante a análise articulada das migrações, produção e consumo (Juan Vicent Palerm); o estudo da reprodução (Beatriz Ruiz), a ecologia política (Dolors Comas); a antropologia jurídica (Ignasi Terradas); ou a antropologia da educação que propõe Raul Iturra, a partir das suas investigações em Portugal, Galiza e América Latina. Um debate aberto, por isso, em que a antropologia propõe um diálogo aberto com o social.

 

A MUNDIALIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO

Armand Mattelart
Instituto Piaget
pp. 160

Neste trabalho o autor começa por estabelecer a comparação entre o desenvolvimento da comunicação como ideal e algumas teorias históricas e económicas, como o iluminismo (Voltaire) e a escola fisiocrática (Quesnay) adepta da livre circulação de bens e mercadorias através da célebre frase "Laissez faire laissez passer".
Continuando a sua comparação com a teoria económica, Armand Mattelart trabalha a análise introduzida por Adam Smith, nomeadamente sobre a teoria da divisão do trabalho. Segundo o autor, a comunicação é funcional na divisão do trabalho pois é indispensável para melhor gerir a separação das tarefas no seio da fábrica.
Segundo Stuart Mill, "produzir, é mover-se" e esta máxima, que fixa o horizonte comunicacional da economia liberal da segunda metade do século XIX, é também analisada em termos de comparação da análise económica clássica com a teoria da comunicação.
Com esta obra Mattelart explica o fenómeno da mundialização da comunicação e mostra como o seu desenvolvimento apressou a mundialização das economias e das sociedades desde o século XIX, ultrapassando as fronteiras físicas, intelectuais e mentais. Não se contendo em descrever, Mattelart desmistifica a ilusão de uma consciência universal repousando mais sobre o sonho de uma "República Mercantil Universal" do que sobre o de uma "Grande República Democrática".

 

QUESTÕES GLOBAIS
UMA INTRODUÇÃO

John L.Seitz
Instituto Piaget
pp. 326

"A obra preenche, admiravelmente, os fins para que foi idealizada. Todos os capítulos estão concebidos, de forma extraordinária, para estimular a perspicácia da compreensão do leitor. As tabelas são pertinentes e de fácil comprensão, as notas de rodapé escolhidas propositada e produtivamente.
Considero este livro como um acréscimo altamente qualitativo à literatura disponível. Pode e deve ser utilizada como a principal base de apoio no estudo das questões globais ou como uma sólida introdução a considerações sobre o desenvolvimento no âmbito dos estudos internacionais."

Susan H. Farnsworth
Professora associada no Trinity College

 

O CONSTRUTIVISMO DOS FUNDAMENTOS

Jean-Louis Le Moigne
Instituto Piaget
pp. 262

Por reacção ao positivismo herdado do século XIX e na sequência dos trabalhos de Jean Piaget, o construtivismo coloca-se como uma nova alternativa face à complexidade do mundo actual e sobretudo face aos problemas epistemológicos gerados pelo desenvolvimento das ciências ditas exactas. Para o construtivismo, a realidade constrói-se a cada instante - o caminho faz-se caminhando, como dizia António Machado - e não precede o acto de observação. É a pretensão de um novo saber e de um novo conhecimento que arranca a um real imanente e ontológico uma parcela de verdade.
Nesta obra estão reunidos os textos fundamentais que dizem respeito à nossa vida quotidiana. Neste volume estão propostas as bases conceptuais que sendo reconsideradas e reformuladas devem ser "provadas", pragmaticamente, nos variadíssimos campos que a actividade humana disciplina pelos seus projectos de conhecimento.


  
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Edição:

N.º 85
Ano 8, Novembro 1999

Autoria:

Redacção

Redacção

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