Página  >  Edições  >  N.º 184  >  Acusado em caso de tortura na Argentina mata-se frente à câmera de televisão

Acusado em caso de tortura na Argentina mata-se frente à câmera de televisão

ARREPENDIDO?

O polémico ex-delegado Mário "Malevo" Ferreyra, acusado de tortura, assassínio e outras violações dos direitos humanos, durante a ditadura argentina (1976/83), matou-se com um tiro durante uma entrevista que dava a um canal de TV, na sua casa, onde estava cercado pela policia.
Desde o dia anterior, Ferreyra resistia à prisão, ordenada pela Justiça por violação dos direitos humanos num centro clandestino de detenção em Tucumán.
Para evitar ser preso pela polícia de fronteira, Ferreyra barricou-se no depósito de água da casa, a uma altura considerável, de onde concedeu uma entrevista à Crónica TV.  Na longa entrevista, em directo, transmitida pela TV, o ex-policia e torcionário negou as acusações e denunciou a perseguição contra os membros das forças de segurança activas na época da ditadura.
No decorrer da entrevista, Ferreyra sacou uma arma, inesperadamente, e deu um tiro na cabeça, diante de uma repórter estupefacta e do operador de câmera que filmou tudo.
Ferreyra era intensamente procurado pela Justiça, que investiga violações dos direitos humanos dentro do megaprocesso sobre esse centro clandestino de detenção.
Em 1993, Mário "Malevo" Ferreyra já tinha sido condenado a prisão perpétua por um triplo homicídio ocorrido dois anos antes, quando estava à frente da Brigada de Investigações da polícia de Tucumán. Horas depois do anúncio da sentença, ele protagonizou, contudo, uma fuga cinematográfica do tribunal, com uma granada nas mãos. A Justiça encontrou-o três meses depois, escondido numa estância de Santiago del Estero e, após algum tempo de prisão, concedeu-lhe liberdade condicional. Até agora.

AFP


  
Ficha do Artigo
Imprimir Abrir como PDF

Edição:

N.º 184
Ano 17, Dezembro 2008

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

Partilhar nas redes sociais:

|


Publicidade


Voltar ao Topo