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Obama promete sair do Iraque e fechar Guantánamo para restaurar moral dos EUA

O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu a retirada das tropas do Iraque, o fim da Al-Qaeda no Afeganistão e o encerramento do centro de detenção de Guantánamo, em clara ruptura com a política externa de George W. Bush.
O democrata Obama afirmou que cumprirá as promessas eleitorais, muitas delas recebidas com satisfação pelos aliados dos Estados Unidos, mas não entrou em detalhes sobre o modo como concretizará as medidas. Estas declarações foram feitas numa entrevista no programa "60 Minutes" do canal CBS.
Ele destacou que a prioridade do seu governo, que começa em 20 de Janeiro de 2009, será a economia, que passa por uma grave crise. "Assim que assumir o cargo, convocarei os meus chefes de gabinete adjuntos, o meu corpo de segurança nacional, e começaremos a executar o plano para reduzir as tropas no Iraque", declarou. "Particularmente à luz dos problemas que estamos a ter no Afeganistão, que continuam a agravar-se.
Temos que sustentar estes esforços", acrescentou Obama, que admitiu ter-se reunido com Hillary Clinton, mas recusou-se a confirmar os boatos de que ela pode ser secretária de Estado.
Durante a campanha, Obama prometeu retirar do Iraque uma ou duas brigadas de combate por mês até que, 16 meses mais tarde, o país árabe contasse com uma força de segurança reduzida. Algumas destas tropas seriam deslocadas para o Afeganistão.
O primeiro presidente negro dos Estados Unidos disse que a partir do momento em que assumir a Casa Branca "será uma prioridade para nós derrotar a Al Qaeda de uma vez por todas", e que capturar ou matar o líder da rede terrorista, Osama bin Laden, é "fundamental" para a segurança americana.
Também afirmou que fechará a prisão de Guantánamo, na ilha de Cuba, numa tentativa de reconstruir "a estatura moral dos Estados Unidos no mundo". "Eu afirmei repetidamente que tenho a intenção de desactivar Guantánamo, e continuarei neste caminho, e é isso que farei", disse Obama, sem revelar o destino dos detidos da base naval.
"Afirmei várias vezes que os Estados Unidos não torturam. E vou certificar-me de que não torturamos. Isso faz parte dos esforços para recuperar a estatura moral dos Estados Unidos no mundo", destacou. Obama pode deslocar tropas e fechar Guantánamo por decreto, segundo as prerrogativas presidenciais.
Também reiterou que a prioridade legislativa no Congresso é a aprovação de um pacote para estimular a combalida economia americana.
De acordo com os resultados da reunião da cimeira do G20, que reuniu chefes de Estado e de Governo dos principais países desenvolvidos e emergentes do planeta, em meados de Novembro, Obama disse que uma nova regulação dos mercados financeiros é essencial para restaurar a confiança dos consumidores. "Temos que fazer tudo o que for possível para que esta economia se movimente de novo", disse o presidente eleito.
"Não devemos preocupar-nos com o deficit do próximo ano ou até mesmo do ano seguinte. A curto prazo, o mais importante é que evitemos que a recessão se aprofunde", completou.

AFP


  
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Edição:

N.º 184
Ano 17, Dezembro 2008

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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