A CRISE NA IMPRENSA
A crise está a agravar-se para os grupos de media britânicos. Só na terceira semana de Novembro foi anunciado o corte de mais de 2.300 empregos. Esperam-se muitos mais. A imprensa escrita e o seu modelo económico foram particularmente atingidos: as vendas estão a cair muito [os leitores estão a migrar para os sites], a queda das receitas publicitárias está a aumentar e os jornais gratuitos saturam o mercado num momento de forte alta dos preços do papel. A Press Gazette estimou recentemente em 140 por semana, em média, desde Julho, os cortes de empregos nos jornais. Os cortes são mais fortes na pequena imprensa regional. A editora escocesa Johnston Press, que publica 18 jornais regionais e cerca de 300 semanários locais, confirmou uma diminuição desde o início do ano de 12,4 por cento dos efectivos das suas redacções. Todos os jornais nacionais anunciaram este ano cortes nos seus efectivos. As rádios e redes de televisão vivem o mesmo cenário, com previsão de demissões de milhares de funcionários, sobretudo na BBC (3.000), ITV (1.000) e Channel 4 (150). O Trinity Mirror, maior grupo de imprensa (cinco jornais nacionais e 150 regionais) anunciou uma baixa de 46 por cento das receitas conseguidas com os pequenos anúncios imobiliários. O crescimento das receitas ligadas à internet não passa de 5 por cento, com uma queda de 13 por cento nos lucros do grupo. O grupo Daily Mail (DMGT) anunciou uma redução de gastos na ordem dos 38 milhões de euros e cerca de 300 despedimentos. Todos os jornais [excepto o Financial Times +0,5%] registam quebras acentuadas nas tiragens. Já os jornais gratuitos (quatro actualmente na concorrência em Londres) estão a resistir continuando com tiragens estáveis.
AFP
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